O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta semana a Pesquisa Industrial Anual (PIA) Empresa 2019. E um dos principais destaques do levantamento foi a geração de valor da transformação industrial (VTI), que totalizou R$ 1,4 trilhão em 2019.
Em resumo, esse valor é alcançado através da subtração do valor bruto da produção pelos custos das operações industriais. Em 2019, os valores atingiram, respectivamente, R$ 3,3 trilhões e R$ 1,9 trilhão. Aliás, a pesquisa também divulgou o crescimento regional na década entre 2010 e 2019.
Nesse caso, o Sudeste respondeu por 57,7% do valor em 2019. Contudo, na década, a região perdeu 3,2 pontos percentuais (p.p.) de participação do VTI nacional. Em contrapartida, todas as outras regiões tiveram aumento em suas taxas: Centro-Oeste (1,1 p.p.), Sul (0,8 p.p.), Nordeste (0,7 p.p) e Norte (0,6 p.p.).
De acordo com os dados de 2019, o Sul respondeu 19,2% do VTI nacional, três vezes menos que o nível do Sudeste. Em seguida, ficaram Nordeste (10,0%), Norte (7,5%) e Centro-Oeste (5,6%). E todos estes resultados aconteceram, em grande parte, pelo impulso dado por alguns estados.
Veja quais foram os destaques regionais na década
A pesquisa mostrou que o faturamento bruto da indústria brasileira em 2019 totalizou R$ 4,8 trilhões. Apesar do montante expressivo, o setor industrial perdeu 28,6 mil empresas e mais de 1,4 milhão de postos de trabalho de dezembro 2013 a dezembro de 2019.
Estes dados evidenciam que a década de 2010 e 2019 não foi muito boa para a indústria do país. Contudo, não houve apenas resultados ruins. A saber, as regiões registraram aumento de sua participação no VTI na década, e os destaques regionais foram os seguintes.
Em primeiro lugar, Santa Catarina ganhou 1,7 p.p. no VTI da região Sul entre 2010 e 2019, respondendo por 27,4%. Mesmo com o avanço, o estado segue em terceiro lugar, atrás do Paraná (36,7%) e do Rio Grande do Sul (35,9%), que lideraram o VTI regional.
Já no Nordeste, Pernambuco registrou um ganho expressivo de 4,9 p.p. no período e agora concentra 21,0% do VTI regional. Bahia continua liderando (40,6%), mas perdeu 4,4 p.p. de participação. Também vale destacar o Maranhão, com um aumento de 2,4 p.p. no VTI, chegando a 6,1%.
Por fim, o Pará disparou 13,2 p.p. na década e passou a liderar o VTI regional, respondendo por 55,3%. Por outro lado, o Amazonas sofreu forte queda de 12,2 p.p. e caiu para 39,7% do valor, ocupando a segunda posição na região. E, no Centro-Oeste, o Mato Grosso do Sul cresceu 6,7 p.p. no período e agora responde por 25,4% do VTI. Aliás, Goiás lidera com folga (47,3%).
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