O número de brasileiros endividados continuou crescendo e atingiu um novo nível recorde em setembro deste ano. É isso o que aponta o levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgado nesta segunda-feira (4).
Em resumo, 74% das famílias do país estavam endividadas em setembro de 2021. Esse é o maior nível já registrado pela série histórica iniciada em 2010. Aliás, o indicador subiu 1,1 ponto percentual (p.p.) em relação ao mês anterior. Este é o quinto mês seguido de taxa recorde de endividamento, após as taxas de maio (68%), junho (69,7%), julho (71,4%) e agosto (72,9%). Já em relação a setembro de 2020, o índice ficou 6,8 p.p. mais elevado.
A saber, os dados fazem parte da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). O levantamento mostrou que este é o décimo aumento seguido do percentual de endividados no país. Em contrapartida, o percentual de famílias inadimplentes recuou levemente, de 25,6% para 25,5%, após manter estabilidade em agosto. Este dado surpreendeu, já que os endividados do país crescem a cada mês.
Por falar nisso, a parcela dos brasileiros que afirmaram não possuir condições de pagar contas ou dívidas recuou de 10,7%, para 10,3% entre agosto e setembro. Há um ano, 12% das famílias afirmavam não ter condições para pagar seus débitos.
“É positivo e surpreendente ver que os brasileiros estão conseguindo controlar seus gastos e equilibrar melhor o orçamento, mesmo absorvendo mais dívidas para dar conta de suas necessidades. Isso porque a inflação mais alta vem diminuindo o poder de compra das famílias, em especial as de menor renda”, disse o presidente da CNC, José Roberto Tadros.
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O levantamento também mostrou que o endividamento das famílias que recebem até 10 salários mínimos saltou de 74,2% para 75%. Enquanto isso, o percentual entre as famílias que ganham mais de 10 salários mínimos passou de 67,6% para 68,9% em setembro. Ambos os resultados representam novos níveis recordes de endividamento para as famílias.
Já em relação ao endividamento, a proporção de famílias de menor rendimento teve leve queda em setembro, de 28,8% para 28,6%. Da mesma forma, a taxa entre as famílias com mais de 10 salários mínimos recuou de 11,8% para 11,7%.
Por fim, a dívida com cartão de crédito subiu de 83,6% para 84,6%, renovando o recorde do indicador. Em seguida, vieram carnês de loja (18,8%), financiamento de carro (13,2%), financiamento de casa (9,7%), crédito pessoal (9,0%), crédito consignado (7,1%) e cheque especial (4,6%).
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