O número de pessoas endividadas continua crescendo no Brasil. De acordo com com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de famílias endividadas atingiu um novo nível recorde no mês passado.
Em resumo, 74,6% das famílias do país estavam endividadas em outubro. Esse é o maior nível já registrado pela série histórica iniciada em 2010. Aliás, o indicador subiu 0,6 ponto percentual (p.p.) em relação ao mês anterior. Este é o sexto mês seguido de taxa recorde de endividamento e sucede as taxas de maio (68%), junho (69,7%), julho (71,4%), agosto (72,9%) e setembro (74,0%).
A saber, a CNC divulgou a pesquisa nesta quinta-feira (4). O levantamento mostrou que este é o décimo aumento seguido do percentual de endividados no país. Aliás, na comparação com outubro de 2020, o índice ficou 8,1 p.p. mais elevado.
Inadimplência continua mantendo estabilidade
Da mesma forma, o percentual de famílias inadimplentes também cresceu no mês. A propósito, o avanço foi bem leve (25,5% para 25,6%) e fez o percentual retornar à taxa registrada em julho e agosto deste ano. Isso indica que as famílias brasileiras vêm mantendo o grau de inadimplência estável, mesmo com o aumento do endividamento.
Por falar nisso, a CNC destaca que, apesar de bater novo recorde, o indicador de endividamento perdeu fôlego em outubro. Ao mesmo tempo, a parcela dos brasileiros que afirmaram não possuir condições de pagar contas ou dívidas recuou de 10,3%, para 10,1% entre setembro e outubro. Há um ano, 11,9% das famílias afirmavam não ter condições para pagar seus débitos.
“A inflação corrente elevada e disseminada tem deteriorado os orçamentos domésticos e diminuído o poder de compra das famílias, em especial as de menor renda. Os números demonstram os esforços em manter os compromissos financeiros em dia, com renegociação e melhor controle dos gastos”, explicou o presidente da CNC, José Roberto Tadros.
Veja mais detalhes da Peic no mês
O levantamento também mostrou que o endividamento das famílias que recebem até 10 salários mínimos passou de 75,3% para 75,9%. Enquanto isso, o percentual entre as famílias que ganham mais de 10 salários mínimos passou de 68,9% para 69,5% em outubro. Ambos os resultados representam novos níveis recordes de endividamento para as famílias destas faixas de renda.
Já em relação ao endividamento, a proporção de famílias de menor rendimento teve leve alta em outubro, de 28,6% para 28,9%. Por outro lado, a taxa entre as famílias com mais de 10 salários mínimos recuou de 11,7% para 11,6%.
Por fim, a dívida com cartão de crédito subiu de 84,6% para 84,9%, renovando o recorde do indicador. Em seguida, vieram carnês de loja (20,2%), financiamento de carro (12,7%), financiamento de casa (9,4%), crédito pessoal (9,2%), crédito consignado (7,0%) e cheque especial (4,9%).
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