O número de pessoas endividadas continua crescendo no Brasil. De acordo com com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de famílias endividadas atingiu um novo nível recorde em novembro.
Em resumo, 75,6% das famílias do país estavam endividadas no mês. Esse é o maior nível já registrado pela série histórica iniciada em 2010. Aliás, o indicador subiu 1,0 ponto percentual (p.p.) em relação ao mês anterior. Este é o sétimo mês seguido de taxa recorde de endividamento e sucede as taxas de maio (68%), junho (69,7%), julho (71,4%), agosto (72,9%), setembro (74,0%) e outubro (74,6%).
A saber, a CNC divulgou a pesquisa nesta terça-feira (30). O levantamento mostrou que este é o 11º aumento seguido do percentual de endividados no país. Inclusive, na comparação com novembro de 2020, o índice ficou 9,6 p.p. mais elevado.
Inadimplência cresce e atinge maior nível do ano
Da mesma forma, o percentual de famílias inadimplentes também cresceu no mês. A propósito, o avanço foi mais leve (25,6% para 26,1%) e fez o percentual alcançar o maior patamar desde setembro do ano passado. Aliás, as famílias brasileiras vinham mantendo o grau de inadimplência estável, mesmo com o aumento do endividamento, mas isso mudou em novembro.
De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, o Banco Central (BC) vem elevando os juros básicos do país para tentar segurar a inflação. No entanto, “até o momento, isso não foi suficiente para abrandar a dinâmica do endividamento, e o crédito segue sendo a saída do brasileiro para recompor a renda”, disse Tadros.
O levantamento também mostrou que o endividamento das famílias que recebem até 10 salários mínimos passou de 75,9% para 77,0%. Enquanto isso, o percentual entre as famílias que ganham mais de 10 salários mínimos passou de 69,5% para 70,3% em novembro. Ambos os resultados representam novos níveis recordes de endividamento para as famílias destas faixas de renda.
Já em relação ao endividamento, a proporção de famílias de menor rendimento teve leve alta em outubro, de 28,9% para 29,4%. Por outro lado, a taxa entre as famílias com mais de 10 salários mínimos recuou de 11,6% para 11,4%.
Por fim, a dívida com cartão de crédito subiu de 84,9% para 85,2%, renovando o recorde do indicador. Em seguida, vieram carnês de loja (20,9%), financiamento de carro (12,6%), financiamento de casa (9,9%), crédito pessoal (9,5%), crédito consignado (6,5%) e cheque especial (5,7%).
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