O número de brasileiros endividados continuou crescendo e atingiu um novo nível recorde em julho. Pelo menos é o que aponta o levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgado nesta quinta-feira (5).
Em resumo, 71,4% das famílias do país estavam endividadas em julho de 2021. Esse é o maior nível já registrado pela série histórica iniciada em 2010. Aliás, o indicador subiu 1,7 ponto percentual (p.p.) em relação ao mês anterior. Aliás, este é o terceiro mês seguido de recorde de endividamento, após os 68% em maio e os 69,7% em junho. Já em relação a julho de 2020, o índice ficou 4,0 pontos mais elevado.
A saber, os dados fazem parte da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). O levantamento mostrou que este é o oitavo aumento seguido do percentual de endividados no país e o terceiro, em dez meses, da inadimplência.
Por falar nisso, a inadimplência subiu em julho, para 25,6%, alta de 0,5 ponto em relação ao mesmo mês de 2020. Da mesma forma, a parcela dos brasileiros que afirmaram não possuir condições de pagar contas ou dívidas subiu no de 10,8%, para 10,9% no mês, mas caiu 1,1 ponto na comparação anual.
De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, o crescimento do percentual de endividados e da inadimplência aconteceu por causa da elevação da inflação. Isso faz o poder de compra dos brasileiros cair mais a cada mês.
“A renda dos consumidores também está afetada pelas fragilidades do mercado de trabalho formal e informal, com o auxílio emergencial deste ano sendo pago com um valor menor”, disse Tadros. Segundo ele, os orçamentos domésticos também seguem deteriorados nesse cenário.
Veja mais detalhes da Peic em julho
O levantamento também mostrou que o endividamento das famílias que recebem até 10 salários mínimos saltou de 70,7% para 72,6%. Enquanto isso, o percentual entre as famílias que ganham mais de 10 salários mínimos cresceu de 65,5% para 66,3% em julho. Ambos os resultados representam níveis recordes de endividamento para as famílias.
Já em relação à inadimplência, houve alta tanto para as famílias de menor rendimento (28,1% para 28,7%) quanto para as de maior (11,9% para 12,1%).
Por fim, a dívida com cartão de crédito subiu de 81,8% para 82,7%, renovando o recorde do indicador. Em seguida, vieram carnês de loja (18,0%), financiamento de carro (12,6%), crédito pessoal (9,8%), financiamento de casa (9,7%), crédito consignado (6,9%) e cheque especial (5,6%).
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