O número de brasileiros endividados continuou crescendo e atingiu um novo nível recorde em agosto. Pelo menos é o que aponta o levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgado nesta quarta-feira (25).
Em resumo, 72,9% das famílias do país estavam endividadas em agosto de 2021. Esse é o maior nível já registrado pela série histórica iniciada em 2010. Aliás, o indicador subiu 1,5 ponto percentual (p.p.) em relação ao mês anterior. Aliás, este é o quarto mês seguido de taxa recorde de endividamento, após os 68% em maio, os 69,7% em junho e os 71,4% em julho. Já em relação a agosto de 2020, o índice ficou 5,4 p.p. mais elevado.
A saber, os dados fazem parte da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). O levantamento mostrou que este é o nono aumento seguido do percentual de endividados no país. Já em relação à inadimplência, o percentual manteve em 25,6% após três avanços seguidos.
Por falar nisso, a parcela dos brasileiros que afirmaram não possuir condições de pagar contas ou dívidas recuou de 10,9%, para 10,7% em agosto. Há um ano, 26,7% das famílias afirmavam não ter condições para pagar seus débitos.
“Mesmo com a inadimplência controlada até o momento, a alta dos juros amplia o risco para o acirramento desses indicadores à frente, num cenário de predomínio de restrições nos orçamentos das famílias, especialmente as de menor renda”, explicou a CNC.
Veja mais detalhes da Peic em agosto
O levantamento também mostrou que o endividamento das famílias que recebem até 10 salários mínimos cresceu de 72,6% para 74,2%. Enquanto isso, o percentual entre as famílias que ganham mais de 10 salários mínimos passou de 66,3% para 67,6% em julho. Ambos os resultados representam novos níveis recordes de endividamento para as famílias.
Já em relação à inadimplência, as famílias de menor rendimento tiveram leve alta em agosto, de 28,7% para 28,8%. Em contrapartida, a taxa entre as famílias com mais de 10 salários mínimos recuou de 12,1% para 11,8%.
Por fim, a dívida com cartão de crédito subiu de 82,7% para 83,6%, renovando o recorde do indicador. Em seguida, vieram carnês de loja (18,2%), financiamento de carro (13,1%), financiamento de casa (10,3%), crédito pessoal (9,5%), crédito consignado (6,8%) e cheque especial (4,8%).
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