O Bolsa Família é um programa social destinado a fornecer assistência financeira a famílias em situação de vulnerabilidade no Brasil. No entanto, a revisão dos cadastros se torna necessária para assegurar que os recursos alcancem efetivamente aqueles que mais necessitam.
Segundo dados, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, agora sob o nome de Auxílio Brasil, houve um aumento significativo na proporção de beneficiários do Bolsa Família que alegaram viver sozinhos, passando de 15% para 27%. Essa alteração levantou a necessidade de verificar a veracidade dessas informações e garantir que os benefícios sejam direcionados adequadamente às famílias em situação de vulnerabilidade.
O Tribunal de Contas da União (TCU) relatou que, em 2022, pelo menos 22% dos beneficiários do Auxílio Brasil eram compostos por uma única pessoa. Essa estatística destaca a relevância da revisão cadastral e da detecção de possíveis irregularidades nos registros.
Bloqueios do Bolsa Família
Em agosto, mais de 2 milhões de beneficiários do Bolsa Família foram afetados pela redução na nova parcela do programa. Há um pouco mais de dois meses, uma nova regulamentação conhecida como Regra de Proteção foi implementada. Assim, isso acabou resultando na diminuição do montante mensal concedido às famílias beneficiárias.
Já no primeiro mês após a implementação, mais de 700 mil famílias tiveram seus benefícios reduzidos em 50%. Assim, isso resultou em um valor médio de aproximadamente R$ 380,32 em junho. No mês subsequente (julho), o número de famílias sujeitas à redução pela metade aumentou para 2,18 milhões. Nesse caso, o valor médio recebido sob a Regra de Proteção foi de cerca de R$ 378,91.
Então, para o mês de agosto, cerca de 2,08 milhões de famílias estão enquadradas na Regra de Proteção. Dessa forma, elas estão recebendo, em média, uma parcela de aproximadamente R$ 377,42.
Embora tenha sido introduzida em junho, na sequência da reformulação do Bolsa Família, a prática de redução do montante concedido às famílias não é uma inovação. Tal regulamentação já estava presente no antigo Bolsa Família, sendo então denominada Regra de Permanência, e posteriormente foi revitalizada com a criação do Auxílio Brasil, adotando o nome de Regra de Emancipação.
Em síntese, todas essas variantes estabelecem um princípio idêntico: quando a renda familiar ultrapassa o limite estipulado, sem exceder meio salário mínimo por membro da família, a família continuará a receber metade do benefício por um período de até 2 anos.
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Mudanças nas revisões do Bolsa Família
Os dados relativos aos beneficiários do Bolsa Família e de outros 30 programas sociais estão registrados no Cadastro Único, um sistema que passou por atualizações no primeiro semestre. Mensalmente, o Sistema de Benefícios ao Cidadão (Sibec), gerenciado pela Caixa Econômica Federal, processa essa base de dados para avaliar a elegibilidade e selecionar as famílias que receberão os benefícios.
Com base nas informações do Cadastro Único, o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) deu início ao processo de Averiguação Cadastral, que envolve a verificação da composição familiar, especialmente nos casos de arranjos unipessoais. Essa atividade está sendo executada gradualmente pelos municípios e tem previsão de conclusão até dezembro.
Entre os meses de março e junho de 2023, aproximadamente 45% das informações referentes às 42 milhões de famílias que receberam o Auxílio Brasil em janeiro de 2022 foram sujeitas a análise. A expectativa do MDS é que até o final do ano, 60% da base de dados tenha passado por revisão.
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Novo corte do Bolsa Família
Beneficiários cujo CPF encontra-se em situação irregular terão seus benefícios interrompidos. Isso ocorre devido à recente exigência de regularização do CPF, uma vez que estar com ele em situação bloqueada até 2023 pode impedir a retirada dos valores disponíveis.
O propósito do programa Bolsa Família, de acordo com o Governo Federal, é fornecer auxílio aos inscritos na luta contra a fome e a desigualdade. Então, para garantir a efetividade desses objetivos, é fundamental que o CPF esteja em conformidade.
A verificação da situação do CPF pode ser realizada de maneira simples e ágil diretamente pelo portal da Receita Federal, utilizando os dados do CPF e a data de nascimento.
Além disso, uma alternativa para verificar se o seu CPF necessita de regularização é por meio da consulta online disponível no aplicativo da Receita Federal. Siga as instruções abaixo:
- Baixe o aplicativo da Receita Federal, compatível com dispositivos Android e iOS;
- Ao abrir o aplicativo, escolha a opção “Consulta CPF” na tela inicial;
- Insira o número do seu CPF e a data de nascimento;
- Toque no botão “Consultar”;
- Na próxima tela, você terá acesso à situação cadastral vinculada ao seu CPF.
Adicionalmente, você também pode realizar consultas fazendo o login no aplicativo utilizando a conta Gov.BR. Ao inserir seu CPF e senha, diversos serviços ficam disponíveis, incluindo a consulta do Imposto de Renda, o status da restituição do Imposto de Renda e outras funcionalidades, como a verificação do CPF.
O que é a Regra de Proteção?
Implementada em junho de 2023, a recente diretriz do Bolsa Família introduz uma abordagem na qual as famílias cuja renda excedeu o limite estabelecido têm a oportunidade de continuar no programa por um período de até dois anos. Assim, acabam recebendo metade do valor usual durante essa extensão temporal.
Seguindo as diretrizes legais, a elegibilidade para o Bolsa Família está atrelada à comprovação de uma renda de até R$ 218 por indivíduo. Esse é um limite que corresponde à definição de linha de pobreza do programa. Então, sob esses termos, se a renda familiar ultrapassar esse valor devido a circunstâncias diversas, a exclusão imediata do programa não é o desfecho. Em vez disso, as famílias são direcionadas para a Regra de Proteção.
Dessa forma, famílias com renda de até meio salário mínimo por pessoa (R$ 660) são inseridas nesse critério. Assim, durante o período abrangido pela Regra de Proteção, o valor do benefício é reduzido pela metade em relação ao montante anterior. Além disso, a duração máxima da concessão do benefício reduzido é de 24 meses. Então, se a renda familiar retornar aos níveis estabelecidos, a família terá a garantia de reintegração ao programa social, sendo priorizada nesse processo de readmissão.
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