No último domingo (08), apoiadores radicais do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), invadiram as sedes dos Três Poderes – Palácio do Planalto, Supremo Tribunal Federal (STF) e Congresso Nacional – e causaram destruições e atos de vandalismos jamais vistos no Brasil. Os atos dos apoiadores de Bolsonaro, que até hoje não aceitam a derrota para o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nas eleições deste ano, não impactaram somente as sedes dos Três Poderes, que agora precisarão passar por uma grande reforma.
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De acordo com informações reveladas nesta sexta-feira (13), quem também está sofrendo é o sistema carcerário, que não estava preparado para receber tantos presos. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF), o Centro de Detenção Provisória II, conhecida como Penitenciária da Papuda, está com quase o dobro de sua capacidade máxima.
Conforme relata a secretaria, hoje, a penitenciária tem uma estrutura que comporta 1.176 detentos. No entanto, agora, a Papuda está com 2.139 pessoas na unidade. Nesta sexta, Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, revelou que a Polícia Federal (PF), de domingo para cá, já lavrou 1.261 autos de prisão e apreensão por conta dos atos em Brasília.
Ainda segundo a secretaria, os apoiadores de Bolsonaro que acabaram sendo presos por conta das invasões e depredação da Praça dos Três Poderes estão separados dos outros detentos. Por fim, a pasta relata que a situação da penitenciária feminina é menos grave. Hoje, a Penitenciária Feminina do Distrito Federal (PFDF) tem uma capacidade de 1.028 vagas, e está com um total de 1.148 pessoas sob custódia.
Assim como publicou o Brasil123, o número de presos era para ser maior. Isso porque o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) revelou que 599 pessoas foram liberadas sem ao menos serem ouvidas, por “questões humanitárias”. De acordo com o CNJ, dentre esses liberados estão, por exemplo, idosos, pessoas com problemas de saúde, em situação de rua e mães acompanhadas de crianças.
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