Pelo segundo dia consecutivo, dezenas de milhares de pessoas se reuniram na maior cidade de Mianmar, Yangon, neste domingo (7), para protestar contra o golpe militar. Além disso, os manifestantes exigem a libertação da líder eleita Aung San Suu Kyi, presa desde a última segunda-feira (1º), quando o exército tomou o poder.
Sob o sol forte, o grupo carregava balões vermelhos, da mesma cor da Liga Nacional para a Democracia, o partido de Suu Kyi, conforme a imprensa internacional. Na marcha, os manifestantes gritaram palavras de ordem – “não queremos ditadura militar, queremos democracia!”.
Eles também levaram os braços apontando três dedos para cima, saudação que se tornou um símbolo de protesto contra o golpe. Enquanto isso, motoristas fizeram buzinaços pelas ruas da cidade mais populosa de Mianmar.
Internet bloqueada em Mianmar
As cenas, transmitidas pelo Facebook, foram algumas das poucas que saíram do país. Isso porque os militares de Mianmar fecharam a internet e restringiram as linhas telefônicas no sábado (6).
Netblocks, um serviço com sede no Reino Unido que monitora interrupções na Internet, relatou que o acesso parcial à Internet foi restabelecido ainda neste domingo (7). “Restauração parcial da conectividade da Internet confirmada em #Myanmar a partir das 14h, horário local, em vários provedores após o apagão de informações”, disse o serviço de monitoramento de internet no Twitter, acrescentando que as plataformas de mídia social permaneceram bloqueadas.
A Netblocks havia relatado anteriormente que “um desligamento quase total da Internet” estava em vigor em Mianmar. Na tarde de sábado, a conectividade caiu para apenas 16% dos níveis normais.
A ampla paralisação ocorreu após uma ordem militar na última sexta-feira (5) para bloquear o Twitter e o Instagram. Como justificativa, as autoridades disseram que algumas pessoas tentavam usar as plataformas para espalhar “notícias falsas”. O Facebook já havia sido bloqueado no início da semana, embora não totalmente.
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