Além das manifestações registradas no Brasil todo, a terça-feira (07) foi marcada por um fato inédito: pela primeira vez, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), manifestou-se a favor do impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Em nota, o governador de São Paulo afirmou que “Bolsonaro afrontou a Constituição” e que, por conta disso, a frente executiva nacional do PSDB se reunirá nesta quarta-feira (08) com o intuito de definir uma oposição ao governo federal, discutindo, entre outros temas, sobre a abertura do impeachment.
“Minha posição é pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Depois do que ouvi hoje ele claramente afronta a Constituição”, afirmou Doria, que ainda relembrou que, até hoje, nunca havia se posicionado oficialmente a favor da destituição do atual chefe do Executivo.
“Eu até hoje nunca havia feito nenhuma manifestação pró-impeachment, me mantive na neutralidade, entendendo que até aqui os fatos deveriam ser avaliados e julgados pelo Congresso Nacional, mas depois do que assisti e ouvi hoje, claramente há uma afronta a Constituição”, disse o governador. Em outro trecho, Doria também disse que Bolsonaro desafia a democracia e, além disso, empareda o Supremo Tribunal Federal (STF).
Crimes cometidos por Bolsonaro
Ainda na nota, Doria afirmou que o volume de crimes cometidos pelo presidente da República nas manifestações é mais que suficientes para justificar, se não um novo pedido, o prosseguimento dos mais de 130 pedidos de impeachment já protocolados na Câmara dos Deputados.
Hoje inimigos, ontem amigos…
Hoje “inimigo” declarado de Bolsonaro, Doria foi aliado do presidente nas eleições de 2018. Na época, ambos trocaram apoios e o slogan “BolsoDoria” fez sucesso durante o período eleitoral. Todavia, depois da vitória de ambos, os dois acabaram se distanciando.
A rivalidade entre os dois aumentou ainda mais durante a pandemia da Covid-19, que reuniu uma resposta oposta dos dois na tentativa de disseminar o vírus no Brasil. Isso porque, enquanto Doria se consolidou como um dos maiores defensores da vacinação do Brasil, o presidente da república desrespeitou protocolos, diminuiu a importância da conscientização para frear o vírus e fez pouco caso nas compras de vacinas.
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