O Brasil, desde o primeiro trimestre de 2021, vem tendo boas notícias quando o assunto é o mercado trabalho. Na semana passada, por exemplo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que a taxa de desocupação do país caiu de 14,9% naquele período para 8% neste segundo trimestre de 2023.
Desemprego cai e tem melhor resultado em 9 anos
Apesar das boas notícias, o indicador, de acordo com um levantamento da LCA Consultores, mostra que existem alertas no relatório do IBGE, como, por exemplo, o momento de desaceleração no mercado formal de trabalho.
Conforme a LCA, os pedidos de seguro-desemprego nos últimos 12 meses terminados em junho chegaram a quase sete milhões, o maior número desde o meio da pandemia de Covid-19, ultrapassando a média observada entre 2018 e 2019.
Segundo Bruno Imaizumi, economista da LCA, em entrevista ao canal “CNN Brasil” no domingo (30), o biênio foi escolhido porque reflete o momento de acomodação do mercado após a crise de 2015 e 2016 – o país oscilava na casa dos 6,5 milhões de pedidos em 12 meses até a chegada da pandemia.
“Dali em diante, houve um estouro para 7,2 milhões de pedidos, que foram estancados com o programa de preservação de empregos, lançado pelo governo federal”, explica ele, relatando que, em meados de 2021, porém, os pedidos voltaram a subir com o fim do período de estabilidade dos funcionários que tiveram contratos suspensos ou redução de salários.
“É uma mostra de que as empresas estão sofrendo para criar vagas de qualidade. Isso passa pela redução de demanda e pelo crédito apertado por conta dos juros altos. O empresário repensa investimentos e o quadro de funcionários”, disse ele.
De acordo com o economista, o mercado de trabalho formal é bastante resiliente, permanece criando vagas, mas está em desaceleração. No entanto, ele firma que, da daqui em diante, a dúvida será se os números continuarão em trajetória de subida.
“O que tranquilizaria os receios seria uma nova estabilização dos pedidos em patamar mais alto, por conta do aumento da ocupação”, relata o economista, explicando que parece um cenário mais improvável ao analisar outros números adjacentes do mercado de trabalho.
Nos últimos anos, junto da melhora da ocupação houve recordes de informalidade, que passaram dos 40% em vários trimestres desde então. Números do Ministério do Trabalho, por exemplo, mostram que a economia brasileira gerou 157,19 mil empregos com carteira assinada em junho deste ano.
Já no acumulado do ano, isto é, nos primeiros seis meses, foram 1,02 milhão de vagas formais criadas no país. Este número representa um recuo de 26,3% na comparação com o mesmo período de 2022, quando foram criados 1,38 milhão de empregos com carteira assinada.
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