Os pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos subiram na semana encerrada em 18 de setembro. A saber, as solicitações totalizaram 351 mil, o que representa um aumento de 16 mil novos pedidos em relação à semana anterior (335 mil). Esse valor frustrou a expectativa de analistas, que esperavam uma queda para 320 mil novos pedidos.
Essa é a segunda semana consecutiva de avanço dos pedidos de auxílio-desemprego no país. Na semana encerrada em 11 de setembro, os pedidos haviam registrado alta de 23 mil em relação à semana anterior (312 mil). O Departamento de Trabalho dos EUA divulgou os dados nesta quinta-feira (23).
Embora os pedidos na semana tenham superado as expectativas de analistas, o resultado continua confirmando a recuperação do mercado de trabalho norte-americano. A média móvel de quatro semanas ficou em 335 mil pedidos, uma redução de 750 pedidos em relação à média da semana anterior.
Esse é o menor nível desde 14 de março de 2020, quando a média nos EUA foi de 225,5 mil pedidos. Embora a média continue caindo, há uma forte desaceleração dessa queda. Vale destacar que especialistas consideram uma faixa de 200 mil a 250 mil novos pedidos semanais de auxilio-desemprego como indicador de um mercado de trabalho saudável. E os EUA se aproximam desse patamar, agora mais lentamente.
Em 2020, a pandemia da Covid-19 fez os pedidos de auxílio-desemprego dispararem. A título de comparação, o pico de solicitações durante a crise entre 2007 e 2009 chegou a 664 mil. Entretanto, esse nível representa menos de 10% do recorde de 6,867 milhões de pedidos registrados na semana encerrada em 28 de março de 2020.
Veja mais detalhes do levantamento
Além disso, o número de pedidos continuados subiu em 131 mil na semana encerrada em 11 de setembro. Com isso, chegou a 2,845 milhões. A divulgação desse indicador ocorre com uma semana de atraso.
A saber, a economia norte-americana continua sofrendo com a forte escassez de trabalhadores. Em julho, o país registrou um recorde de 10,9 milhões de vagas de emprego em aberto, segundo dados do governo.
Atualmente, há mais de 8,0 milhões de pessoas oficialmente desempregadas no país. Em resumo, o que explica esse cenário são os seguintes fatores: dificuldade em conseguir creches para os filhos, medo de contrair o novo coronavírus e benefícios robustos disponibilizados aos desempregados.
A expectativa é que a escassez de mão de obra diminua ainda neste mês. Isso porque os auxílios-desemprego financiados pelo governo chegaram ao fim no último dia 13. Mas os analistas continuam mantendo a cautela em vez do otimismo com os números. Aliás, o segundo aumento seguido indica justamente essa dificuldade.
Por fim, a Delta, variante mais transmissível já sequenciada do novo coronavírus, continua elevando os números de casos e mortes em todo o planeta, inclusive nos EUA. Algumas regiões no país voltam a adotar medidas restritivas e há bastante incerteza com a volta às aulas das crianças. Tudo isso também afeta o mercado de trabalho americano.
Leia Mais: Movimentos sociais invadem Bolsa de Valores, em São Paulo