O pedido para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a organização, o financiamento e autoria dos ataques terroristas em Brasília no último domingo (08) alcançou 31 assinaturas nesta terça-feira (10), revelou a senadora Soraya Thronick (União Brasil) protocolou um requerimento na segunda (09).
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Em entrevista ao portal do Senado Federal, Soraya Thronicke afirmou que a CPI é importante no esforço que está sendo feito “para identificar e punir não apenas quem participou da invasão e da destruição do patrimônio nos Três Poderes, mas quem patrocinou tais atos”.
Nesta terça, Rodrigo Pacheco (PSD), presidente do Senado, relatou que é favor da instauração de uma CPI para apurar a organização, o financiamento e autoria dos ataques terroristas em Brasília. Em entrevista coletiva, o parlamentar classificou a abertura como “muito pertinente” e “adequada”.
A fala foi feita após o Senado ter aprovado o decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que determinou intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal por conta dos ataques feitos por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que descontentes com a derrota de seu político favorito, invadiram e vandalizaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).
Nesta terça, ao comentar sobre as destruições de vidraças, móveis e obras de arte nos prédios que são sedes dos Três Poderes, Rodrigo Pacheco defendeu a instauração da CPI. “Talvez, pela gravidade, pela magnitude que essa violação democrática, essas agressões que o estado de direito sofreu no Brasil, eu considero muito pertinente uma Comissão Parlamentar de Inquérito”, relatou o presidente do Senado.
Apesar de se dizer a favor, Rodrigo Pacheco preferiu não se comprometer com a instalação da comissão. Hoje, ele tenta a reeleição à presidência da Casa – caso a vitória não venha, não será de sua responsabilidade decidir sobre o assunto. “Estando no recesso, não havendo sessões, o pedido protocolado pela senadora Soraya Thronicke, já com as assinaturas deverá ser liberado a partir de 1º de fevereiro por quem esteja na presidência do Senado Federal”, explicou Rodrigo Pacheco.
A partir de fevereiro, o Senado terá uma nova composição, com os senadores que foram eleitos em outubro de 2022. Para que uma eventual CPI sobre os ataques em Brasília seja aprovada, será preciso a assinatura de pelo menos 27 senadores, ou seja, o requerimento da senadora Soraya Thronick já ultrapassou o apoio necessário.
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