A pedagogia histórico-crítica é uma teoria que enxerga a pedagogia como sendo capaz de influenciar os rumos de uma sociedade. Além disso, ela é crítica no sentido de acreditar numa sociedade que é capaz de, ela mesma, interferir nas práticas educacionais.
Isso significa dizer que a pedagogia deve ultrapassar o seu caráter meramente tecnicista e convencional, para incorporar a percepção de como os fatores histórico-sociais acabam por influenciar a arte de educar.
Concomitantemente a isso, a pedagogia histórico-crítica visa recolocar o dia a dia escolar no centro de toda e qualquer técnica pedagógica; e sempre de forma sistematizada, para que as singularidades do saber escolar sejam sempre postas em evidência.
Em síntese, essa teoria propõe uma nova forma de educar, em que se privilegia a instrumentalização, prática social, problematização e catarse, para que os interesses do discente sejam sempre levados em consideração, bem como a sua cultura incorporada historicamente, o seu ritmo de aprendizado, as suas particularidades psicológicas, entre outras peculiaridades dessa relação professor x aluno x contexto social.
Pedagogia histórico-crítica e a sua adoção em sala de aula
Como pudemos perceber, essa teoria educacional diferencia-se das demais por valorizar as relações aluno x aluno, aluno x professor e aluno x contexto cultural. Porém, essas incorporações não devem deixar de lado a lógica na sistematização dos conteúdos e nem as aplicações e gradações que facilitem a assimilação dos seus conceitos básicos.
Aliás, sobre esses conceitos básicos da pedagogia histórico-crítica, eles estão fundamentados em um Materialismo Histórico-Dialético (a sua parte filosófica), na teoria Histórico-Cultural de Vigotski (sua parte psicológica) e em uma didática que favoreça a concretização dessa metodologia.
E tal didática está, por sua vez, fundamentada na “teoria dialética do conhecimento” criada por Gasparin (2007), segundo a qual o conhecimento é o resultado do alicerce material + expressões culturais, levando sempre em consideração o fato de que o contexto social no qual professores e alunos estão inseridos é fator essencial para que esse conhecimento seja adequadamente repassado.
Ao final, temos professores conscientes da importância de tratar os conteúdos escolares como um dever social e pessoal, e ainda sabedores da necessidade de valorizarem os seus conhecimentos a priori, para só depois poderem utilizar os conhecimentos científicos.
Enquanto os alunos, guiados por esse movimento dialético (prática/teoria/prática), entendem que o conhecimento é o resultado de movimentos históricos, produzidos por homens em suas interações sociais por meio do trabalho, o que faz com que esse conhecimento só possa ser atingido a partir da observância de cada contexto social.