Arthur Lira (PP), presidente da Câmara dos Deputados, teria oferecido votos para a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de Transição em troca do comando do Ministério da Saúde – o texto foi criado para que o governo do chefe do Executivo, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), consiga cumprir promessas feitas durante a eleição.
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De acordo com informações do portal “UOL”, publicadas nesta quarta-feira (14), a proposta de Arthur Lira acabou emperrando o anúncio de Lula, que pretendia revelar que sua ministra da Saúde seria Nísia Trindade Lima, atual presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Conforme o site, o anúncio seria feito na terça-feira (13), mas Lula comunicou que não iria confirmar o nome de Nísia por conta da suposta “pressão” de Arthur Lira, que estaria descontente com a informação de que o senador Renan Calheiros (MDB), rival do presidente da Câmera em Alagoas, estaria sendo cotado para assumir o Ministério da Integração.
O “UOL” explica que, depois da notícia sobre Renan Calheiros, Arthur Lira resolveu oferecer uma fórmula para a aprovação da PEC: apoio de 150 deputados de partidos como PP, do União Brasil, PSDB e Cidadania, entre outras legendas, em troca do comando do Ministério da Saúde.
De acordo com o site, interlocutores de Lula que integram a equipe de transição do governo dizem que ele não irá se render à pressão de Arthur Lira. No entanto, deputados do PT estariam insistindo para que Lula aceite a proposta, pois, segundo eles, sem o apoio do presidente da Câmera, a PEC dificilmente será aprovada.
Além disso, deputados petistas também estariam argumentando que uma possível nomeação de Renan Calheiros para a Integração Nacional criaria dificuldades, ainda mais se não houvesse uma compensação de peso ao presidente da Câmara.
Hoje, os partidos querem ganhar ministérios e, por isso, pretendem oferecer apoio à PEC somente depois de receberem sinais do presidente Lula de qual pastas deverão ganhar. De acordo com o portal “UOL”, as negociações envolvendo os futuros ministérios de Lula devem acabar somente na semana que vem.
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