O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello protagonizou mais uma polêmica e, desta vez, corre o risco de sofrer condução coercitiva após ser flagrado recebendo a visita do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni (DEM), em Brasília, nesta quinta-feira (06).
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O imbróglio acontece porque Pazuello havia alegado que teve contato com dois contaminados pela Covid-19 e, por isso, não poderia prestar seu depoimento na CPI da Covid-19, que estava programado para acontecer ontem, quarta-feira (05).
No entanto, pelo visto, a quarentena do general se resume somente a não visita à CPI. Isso porque, o ex-ministro, flagrado recentemente transitando por um shopping em Manaus, sem máscara, foi avistado, pelo jornal “Estadão” em um encontro com Onyx e uma assessora do Palácio do Planalto.
Cientes do acontecimento, durante a sessão da CPI nesta quinta, o vice-presidente da CPI da Covid-19, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AL) questionou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, sobre visitas a infectados pela Covid-19.
Em resposta, Queiroga foi enfático, afirmando que qualquer contaminado deve manter isolamento social. Na sequência, outro senador apontou que a questão seria motivo de condução coercitiva, visto que, mentir para faltar à convocação de Comissão Parlamentar de Inquérito é considerado falta gravíssima.
De acordo com a agenda pública de Onyx, nenhum encontro com o ex-ministro estava programado. No documento, inclusive, consta que ele, naquele momento, participaria de reunião com o assessor José Vicente Santini no gabinete dentro do Palácio do Planalto.
Nada de confinamento
Em tese, pessoas que tiveram contato direto com casos confirmados devem se manter isolados por até 14 dias. No entanto, ainda conforme o “Estadão”, Pazuello tem mantido uma rotina de poucos cuidados dentro das dependências militares. Nesta quinta, o encontro com o ministro foi em um hotel que, segundo as informações, tem registrado Pazuello circulando sem máscara e usando o telefone da recepção para fazer chamadas.
Depoimento de Pazuello
Assim como publicou o Brasil123, o ex-ministro da Saúde avisou que não iria comparecer presencialmente à CPI da Covid-19, no Senado Federal, porque havia tido contato com dois assessores que testaram positivo para o vírus.
No entanto, de acordo com as informações, a orientação para faltar ao depoimento presencial partiu do Palácio do Planalto, que está preocupado com o teor das declarações de Pazuello. Com a ausência, o depoimento do ex-ministro foi remarcado para o próximo dia 19.
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