Dezenas de startups indianas de tecnologia, irritadas com o domínio local de aplicativos-chave pelo Google, estão se unindo para considerar maneiras de desafiar o gigante tecnológico americano, inclusive apresentando reclamações ao governo e aos tribunais, disseram executivos à imprensa especializada.
Embora o Google, de propriedade da Alphabet, tenha trabalhado em estreita colaboração com o crescente setor de startups da Índia e esteja acelerando seus investimentos, recentemente irritou muitas empresas de tecnologia com o que elas dizem ser práticas injustas.
Então é guerra
Preparando o cenário para uma possível confrontação, os empresários realizaram duas videoconferências esta semana para definir estratégias, disseram três executivos à imprensa.
“Vai ser definitivamente uma luta amarga”, disse Dinesh Agarwal, CEO da empresa de comércio eletrônico IndiaMART. “O Google vai perder esta batalha. É apenas uma questão de tempo”.
Ele disse que os executivos discutiram a formação de uma nova associação de startups com o objetivo principal de apresentar protestos junto ao governo indiano e aos tribunais contra a empresa do Vale do Silício.
Quase 99% dos smartphones do meio bilhão de usuários da Índia rodam no sistema operacional móvel Android do Google.
Algumas startups indianas dizem que isso permite ao Google exercer controle excessivo sobre os tipos de aplicativos e outros serviços que eles podem oferecer, uma alegação que a empresa nega.
Paytm
O tumulto começou no mês passado quando o Google removeu o popular aplicativo de pagamentos Paytm de sua Play Store, citando violações de políticas.
Isto levou a uma forte reprimenda do fundador da empresa indiana, Vijay Shekhar Sharma, cujo aplicativo retornou à plataforma Google algumas horas depois, após o Paytm ter feito algumas mudanças.
Em uma chamada de vídeo na terça-feira, Sharma chamou o Google de “papai” que controla o “suprimento de oxigênio de distribuição (dos apps)” em telefones Android, de acordo com um participante.
Ele pediu aos cerca de 50 executivos da chamada que dessem as mãos para “deter este tsunami”.
“Se não fizermos nada juntos, então a história não será amável para nós. Temos que controlar nosso destino digital”, disse Sharma.