O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que “detonou” a proposta que previa diminuir o recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) dos trabalhadores de 8% para 2%. A informação foi revelada nesta terça-feira (17) pela jornalista da “Globo News” Andreia Sadi.
Segundo a comunicadora, o ministro disse que, hoje, existem cerca de 30 propostas sendo analisadas com o intuito de discutir formas de gerar emprego e de diminuir os encargos trabalhistas.
Ainda conforme a jornalistas, essas ideias foram formuladas pela equipe de Adolfo Sachsida, que era assessor especial da Economia e recentemente se tornou ministro de Minas e Energia.
Proposta do FGTS
De acordo com Andreia Sadi, Paulo Guedes avaliou que o vazamento da proposta sobre o FGTS foi feito com o intuito de desgastá-lo em um ano de eleição. A ideia sobre a diminuição do recolhimento do benefício foi revelada no final de semana pelo jornal “Folha de S.Paulo”.
Conforme a reportagem, a pasta da Economia propôs cortar a alíquota de contribuição que as empresas recolhem sobre o salário dos trabalhadores de 8% para 2%. Além disso, também cotou-se reduzir a multa paga em caso de demissão sem justa causa de 40% para 20%.
Nesta terça, Paulo Guedes relatou a jornalista da “Globo News” que a ideia estava entre as 30 propostas levantadas anteriormente, mas acabou sendo recusada por ele.
Paulo Guedes x Centrão
Em ano de eleições, Paulo Guedes vem sendo alvo de integrantes do Centrão, que defendem medidas que liberem gastos. No momento, um dos principais temas referentes ao assunto é o preço dos combustíveis.
Isso porque, de um lado, tem-se o Centrão, que é a favor de um subsídio geral para os combustíveis. De outro, está Paulo Guedes, que é contra a ideia e teria sido o responsável por convencer o presidente Jair Bolsonaro (PL) a trocar Bento Albuquerque do comando de Minas e Energia.
Paulo Guedes é a favor da privatização da Petrobras, assim como o novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, que recebeu carta-branca para iniciar estudos sobre a desestatização.
No entanto, explica Andreia Sadi, a privatização da Petrobras será uma bandeira de campanha da reeleição de Bolsonaro, ou seja, ela só acontecerá, de fato, caso o chefe do Executivo seja reeleito. Seu principal rival, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder nas pesquisas, já disse inúmeras vezes que é contra privatizações.
Leia também: Entidades entregam ao TSE manifesto repudiando ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral