Em caso de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), o ministro da Economia continuará sendo Paulo Guedes. A afirmação foi feita pelo próprio chefe do Executivo, em uma entrevista ao canal Agro +, nesta segunda-feira (06). Na ocasião, Bolsonaro foi perguntado se pretende manter Paulo Guedes.
Ao responder, ele lembrou que sempre é pressionado para demitir o chefe da Economia, mas que prefere conversar com o ministro para resolver eventuais problemas a tirá-lo do cargo. Nas últimas semanas, Paulo Guedes vem sendo criticado dentro da ala política do governo pela falta de ação da Economia para amenizar a inflação no país, em especial a disparada no preço dos combustíveis.
A “irritação” com Paulo Guedes é tanto que, assim como publicou o Brasil123, aliados fieis do presidente creditam ao ministro da Economia a recente alta nas intenções de votos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que apareceu 21 pontos percentuais na frente de Bolsonaro.
Ao responder que pretende ter Paulo Guedes em sua equipe, Bolsonaro disse que, às vezes, nota que o ministro está “cansado”. Na visão do chefe do Executivo, isso é algo natural. “Com toda a certeza pretendo deixar o Paulo Guedes no governo em um eventual segundo mandato. Depende dele”, começou o presidente.
“Eu vejo ele de vez em quando cansado, o que é natural. É um ministro [o da Fazenda] que, no passado, era muito trocado na Economia. De vez em quando, alguns querem que eu troque ele, entre outros, para resolver certos assuntos. Eu prefiro conversar com eles e, dentro daquela lealdade mútua que nós temos, mudarmos alguma coisa e prosseguir nessa luta”, disse Bolsonaro.
Ainda na entrevista, o presidente relatou que espera que Paulo Guedes apresente uma medida para conter a alta no preço dos combustíveis. “O Paulo Guedes, espero que nos próximos dias, resolva a questão dos combustíveis no tocante aos impostos pelo Brasil. Ele já se demonstrou favorável a isso, tem trabalhado. Espero que nos próximos dias, nesta semana mesmo, tenhamos uma boa notícia sobre preço dos combustíveis no Brasil’, afirmou o presidente.
Uma dessas medidas foi tomada nesta segunda, quando o governo federal, com o aval do Ministério da Economia, decidiu que vai compensar os estados, que não poderão aumentar o ICMS dos combustíveis acima do teto, que é de 17%. Segundo estudos feitos pelo Ministério da Economia, caso a proposta saia de fato do papel, valerá até 31 de dezembro. Essa compensação aos governos estaduais custará de R$ 25 bilhões a R$ 50 bilhões ao governo federal.
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