Paulo Guedes, ministro da Economia, defendeu nesta quinta-feira (14) o aumento de gastos sociais, mesmo que em um ano de eleição, pois a piora no cenário econômico mundial, com a ajuda da pandemia, a continuidade da guerra na Ucrânia e a alta da inflação, faz com que iniciativas como essa sejam necessárias.
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A declaração do ministro aconteceu durante uma apresentação no Ministério da Economia. Na ocasião, ele disse ser justificável a promulgação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que foi votada nesta quinta no Congresso.
Essa PEC foi criada para que o governo consiga driblar a lei eleitoral, que não permite a criação de gastos sociais em um ano de eleição. Para a oposição, a iniciativa tem cunho eleitoral. Já os economistas alertam que o projeto, que prevê um gasto de R$ 41,2 bilhões, vai ampliar o rombo das contas públicas.
Apesar disso, Paulo Guedes cita exemplos de fatos que tornam a promulgação da PEC essencial. “Eu vou fazer três rápidas observações. A primeira é o aumento de risco e a aversão ao risco como um fenômeno mundial. A inflação está subindo no mundo inteiro, estão tendo que rever o crescimento para baixo. Hoje está bastante claro que a crise lá fora será bem mais aguda do que eles esperavam”, explicou o ministro;
Em outro momento, Paulo Guedes também citou que efeitos da guerra e também o cenário externo acabam afetando o Brasil. Um desses efeitos é o aumento do preço dos combustíveis, visto que a Petrobras usa dos valores praticados no mercado internacional para basear o valor aplicado no país.
“Os taxistas receberam ajuda, os caminhoneiros receberam ajuda, os vulneráveis receberam ajuda, os idosos, [ajuda para] o transporte público. É a forma correta, transferência direta de renda, e não subsídio”, disse ele, afirmando ainda que o governo tem lidado de “forma correta a questão”. “Por isso, ela é uma PEC das Bondades e não PEC Kamikaze. Quem está com militância política não vai entender nunca a diferença”, explicou Paulo Guedes.
Por fim, ele ainda afirmou que a melhoria na gestão das contas públicas e também das estatais brasileiras ajudará a pagar esses gastos extraordinários. Isso, afirmou o ministro da Economia, “sem empurrar a conta para as futuras gerações”.
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