Arilton Moura, pastor suspeito de ser um dos integrantes do suposto esquema de corrupção no Ministério da Educação (MEC), esteve 35 vezes no Palácio do Planalto. Isso, de janeiro de 2019 a fevereiro de 2022, ou seja, durante a gestão do presidente da república, Jair Bolsonaro (PL). Gilmar Santos, que também é acusado de ter feito parte do esquema, esteve no local dez vezes.
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Esses pastores, assim como vem publicando o Brasil123, são suspeitos de terem pedido uma propina para prefeitos em troca da liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (14) pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Importante destacar que o Palácio do Planalto é o local da sede da Presidência da República, e também da Casa Civil.
Nesse sentido, constata-se que Arilton Moura esteve 16 vezes na Secretaria de Governo e 13 vezes na Casa Civil. Além disso, ele também fez três visitas ao gabinete do vice-presidente, Hamilton Mourão (Republicanos), pelo gabinete responsável pelos compromissos de Bolsonaro e pela Subchefia de Assuntos Jurídicos (SAJ). O outro líder religioso, Gilmar Santos, também esteve nesses locais.
Informação estava sob sigilo
A informação sobre os registros de entrada e saída dos pastores no Planalto estava sob sigilo de 100 anos. A determinação foi feita pelo GSI na quarta (13) após o jornal “O Globo” ter pedido informações sobre esses encontros por meio da Lei de Acesso à Informação, que obriga o governo a, em regra, atender aos pedidos de qualquer pessoa. No entanto, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que hoje é chefiado pelo ministro Augusto Heleno, disse que não é possível compartilhar os dados.
“A solicitação não poderá ser atendida. Observa-se, assim, que o tratamento de dados pessoais coletados no caso, o nome e a data de entrada de visitantes na Presidência da República, cumpre a finalidade específica de segurança”, escreveu o gabinete. Já nesta quinta, a pasta liberou informação, afirmando que a divulgação dos dados foi fruto de uma “recente manifestação” da Controladoria Geral da União (CGU) quanto à necessidade de atender o interesse público”.
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