Neste sábado (1), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), confirmou que os Progressistas (PP) irão se fundir com o União Brasil. A informação já foi divulgada por ambas as assessorias de imprensa dos partidos. Contudo, a data para selar o acordo ainda não foi definida.
Ontem, Lira se reuniu com o vice-presidente do União Brasil, Antônio Rueda, para tratar sobre questões da aliança entre os dois partidos. Ainda em julho, as siglas já haviam demonstrado sua intenção de formar a maior bancada do Congresso, contando com mais de 100 deputados na próxima legislatura.
Atualmente, o União Brasil tem 52 deputados titulares, além de 7 senadores. Por outro lado, o PP possui 57 deputados e oito senadores. Embora eles possuam a intenção de formar a maior bancada do Congresso, tudo dependerá da eleição deste domingo, quando os eleitores irão votar para decidir a nova composição da Câmara.
É importante lembrar que o União Brasil já é um fruto da fusão entre o DEM e o PSL, este último elegeu o presidente Jair Bolsonaro a presidente da República. Por outro lado, o PP é um dos partidos que mais apoiam o atual mandatário nas votações do Congresso, além de fazer parte da coligação que busca reeleger Bolsonaro.
Um outro ponto é que essa fusão também irá interferir no fundo eleitoral para 2026, quando o partido será o dono da maior fatia do fundo eleitoral. Em 2018, quando o União Brasil ainda era separado (DEM e PSL), eles receberam, juntos, mais de R$750 milhões em fundo eleitoral.
Partidos do Centrão se articulam para manter poder
As lideranças dos partidos do Centrão vem se articulando para manter a força em 2023, principalmente devido a uma eventual vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Além da fusão do União Brasil com o PP, os Republicanos não descartam realizar uma fusão com o PL.
Essa afirmação foi feita por Valdemar Costa Neto. Nesse sentido, o PL espera eleger 76 parlamentares, já a sigla comandada por Marcos Antonio Pereira pretende eleger cerca de 44 deputados federais. O objetivo de Valdemar é esvaziar a força que a base bolsonarista possui no partido. Formando uma nova legenda com 120 parlamentares, seria mais fácil realizar uma aproximação com o ex-presidente Lula.
Contudo, essas definições só deverão ser realizadas após as eleições, dado que, caso haja uma reeleição de Jair Bolsonaro, é bem possível que as fusões não ocorram. Diversas Alas do União Brasil não querem se aliar à parte bolsonarista do partido e, além disso, o PL e o Republicanos seguiriam com grandes poderes do Congresso Nacional e no Planalto.
Um ponto importante em relação a essas articulações dos partidos é que Lula tem como objetivo isolar diversas lideranças do Centrão. Com isso, ele quer dar poderes para outros políticos que fazem parte do PP e do PL, criando um “Centrão B”. MDB, PSD e União Brasil também são alvos de Lula para compor sua base governista.
Somente obtendo a maioria no Congresso que Lula teria controle para negociar seus projetos. Em sua visão, manter Arthur Lira e Ciro Nogueira no poder iria dificultar as suas ações como chefe do executivo.