O Diretório Nacional do partido Novo enviou uma representação para a Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo que o órgão entre com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias, pelo crime de prevaricação – assim como publicou o Brasil123, o ex-integrante da entidade foi flagrado, no dia 08 de janeiro, durante os atos antidemocráticos, no Palácio do Planalto.
Segundo o partido, Gonçalves Dias “se omitiu do seu dever de adotar providência necessária para a salvaguarda e a proteção do Palácio do Planalto”, permitindo assim que danos fossem cometidos contra o Palácio. Isso, afirma a legenda, “quando ele poderia ter adotado diversas medidas para mitigá-los ou atenuá-los, através da adoção de medidas de proteção a serem realizadas por militares”.
No ofício, assinado por Eduardo Ribeiro, presidente do Novo, a legenda classifica as cenas das câmeras de segurança como “um verdadeiro absurdo”. “Mesmo alertado pela Abin [Agência Brasileira de Inteligência] sobre os riscos de uma escalada violenta, o GSI dispensou reforço da guarda presidencial horas antes do ataque. Agora, essas imagens escancaram a sua complacência durante a invasão. Provas da omissão do general não faltam”, diz Eduardo Ribeiro no documento.
Nesta sexta, Gonçalves Dias irá depor na PF. Essa oitiva foi uma ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes após o vazamento dos vídeos que mostram que o ex-membro do órgão estava no Palácio do Planalto durante os ataques criminosos contra os Três Poderes. Em sua determinação, Alexandre de Moraes também pediu que a PF identifique quem são os demais militares que aparecem nos vídeos para, caso eles ainda não tenham sido ouvidos, prestem depoimento em até 48h horas.
O general Gonçalves Dias, que pediu demissão do comando do Gabinete de Segurança Institucional na quarta (19) após uma reunião, no Palácio do Planalto, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e chefes de outras pastas, foi o primeiro ministro a deixar o governo no terceiro mandato de Lula. Apesar do pedido de demissão, ele nega ter cometido qualquer irregularidade no dia dos atos.
Isso porque, segundo o ex-ministro, ele estava no Palácio do Planalto, no 08 de janeiro, com foco em retirar os criminosos do local. “Eu entrei no Palácio depois que o Palácio foi invadido e estava retirando as pessoas do 3º e 4º piso, para que houvesse a prisão no 2º”, disse o general em entrevista à “TV Globo” – ele também afirmou que sua imagem foi retirada do contexto.
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