O Partido Liberal (PL), que tem entre seus filiados o presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas urnas pelo chefe do Executivo eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciou nesta terça-feira (08) uma “oposição responsável” ao governo do petista, que volta ao Palácio do Planalto após 12 anos.
Em entrevista ao canal “CNN Brasil”, Carlos Portinho, líder do PL no Senado, afirmou que a legenda é “antagonista do PT”. “Isso ficou muito explícito na campanha. Defendemos estado mínimo, PT defende estado máximo. Somos contra regulação de mídia, somos a favor da liberdade total, sem censura. PT é a favor”, disse ele.
“Há questões que são marcantes em nossas divergências, então, é natural irmos para a oposição. Não tem como ser diferente”, relatou Carlos Portinho, ressaltando, todavia, que o partido irá apoiar a gestão de Lula em alguns aspectos, como os econômicos.
“Agora vai haver pauta de desenvolvimento econômico? São projetos de Estado […] Essa oposição vai se dar dentro do campo do qual jogamos de forma antagônica. Onde houver convergência e no que for para o bem do país, claro que não faremos oposição”, disse ele.
Oposição ao governo Lula
O anúncio da oposição ao governo Lula foi feito oficialmente na tarde desta terça por Valdemar Costa Neto, presidente do PL. Na ocasião, ele, que era aliado de Lula e chegou a ser preso no escândalo do mensalão, disse que a legenda não “renunciará” suas bandeiras.
“Portanto o PL não renunciará às suas bandeiras de ideias, será oposição aos valores comunistas e socialistas, será oposição ao futuro presidente”, disse Valdemar Costa Neto, que ainda afirmou que a legenda irá lançar uma candidatura própria para a presidência do Senado e apoiar Arthur Lira (PP), presidente da Câmara, em sua reeleição.
“Vamos apoiar Arthur Lira com a garantia que ele nos ajude a ter o nosso presidente do Senado. (…) Temos a maior bancada na Câmara e no Senado. Não é possível que a gente não tenha a presidência de uma das casas”, afirmou ele, finalizando que Bolsonaro será o presidente de honra do PL. “Queremos ele no comando do nosso partido”, disse.
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