O encontro de Jair Bolsonaro com embaixadores, realizado na última segunda-feira (18), não foi uma campanha eleitoral antecipada. Isso é o que disse o Partido Liberal (PL) em uma manifestação enviada neste domingo (24) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No documento, a sigla ainda afirmou que não cabe à Justiça Eleitoral analisar as falas de Bolsonaro na posição de chefe do Poder Executivo.
Bolsonaro é oficializado como candidato à presidência
Assim como publicou o Brasil123, no encontro, realizado no Palácio da Alvorada, em Brasília, Bolsonaro recebeu embaixadores e, na ocasião, repetiu, sem apresentar nenhuma prova, alegações de que as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral brasileiro, como um todo, não é seguro.
Além disso, o chefe do Executivo também afirmou que o presidente do TSE, Edson Fachin e outros ministros da Corte, como Alexandre de Moraes, querem que políticos da esquerda, como é o caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sejam eleitos. Por conta disso, estariam evitando a implementação de medidas que visam dar mais transparência ao processo.
Por conta das alegações de Bolsonaro, partidos como PDT, Rede e PCdoB e PT foram ao TSE reclamar da postura do presidente, pedindo que ele removesse os vídeos relacionados ao encontro e também solicitando que Edson Fachin determinasse que o chefe do Executivo se retratasse, dizendo que suas alegações são falsas.
As ações fizeram com que o presidente do TSE pedisse para que Bolsonaro e o PL se pronunciasse sobre o caso. De acordo com o PL, analisando os fatos, “extrai-se a inafastável conclusão de que não há qualquer fala apta a tisnar a honra de filiados ao partido representante, tampouco convencer os eleitores de que qualquer pré-candidato não seja apto a ocupar o cargo eletivo em disputa”.
Além disso, o partido de Bolsonaro também afirmou que não há “qualquer evidência de que o pronunciamento realizado pelo filiado ao segundo representado tenha de qualquer forma influído ou buscado influir na decisão do eleitorado, tampouco prejudicado candidatos opositores”.
Em outro trecho da manifestação, o partido argumentou que, embora Bolsonaro tenha a intenção de concorrer à reeleição, isso não “esvazia” sua atuação como o presidente. “O representado permanecerá, no mínimo, até o fim de dezembro de 2022. Neste sentido, os atos que realize na condição de Chefe do Executivo encontram-se fora do escopo desta Especializada”, afirmou o PL.
Por fim, o partido ainda alegou que o TSE não é competente para avaliar o caso, pois o evento de Bolsonaro sequer tem relação com a campanha eleitoral, visto que a reunião foi um “ato de governo, em agenda oficial do Presidente da República, sem qualquer participação do PL, não havendo qualquer sentido na tentativa de responsabilização da agremiação a que filiado o Sr. Jair Bolsonaro, como se se estivesse diante de ato de campanha”.
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