Está marcada para acontecer, na próxima quarta-feira (27), uma convenção do MDB que visa marcar a oficialização da candidatura de Simone Tebet como nome da legenda nas eleições presidenciais, que acontecem em outubro deste ano. A convenção vai acontecer, a menos que uma ala do MDB consiga o aval da Justiça para anular a convenção da legenda.
O pedido de anulação, assinado por Hugo Wanderley (MDB), prefeito de Cacimbinhas, Alagoas, foi feito nesta segunda-feira (25) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – ele é ligado à ala do partido encabeçada por Renan Calheiros, senador pelo estado, que defende o apoio a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro turno.
Antes da solicitação oficial do integrante do MDB, o presidente da sigla, Baleia Rossi, garantiu a realização no ato na data prevista, de forma virtual. Essa afirmação, inclusive, consta no pedido de anulação apresentada ao TSE. Isso porque, para Hugo Wanderley, o partido comete “grave irregularidade” ao estabelecer que a reunião será virtual.
“O edital de convocação, ao prever a realização da reunião por meio da plataforma ‘Zoom’, reveste-se de grave irregularidade, notadamente relacionada à garantia do sigilo do voto, representando violação às disposições estatutárias do MDB”, disse o integrante da legenda.
Em outro momento, ele afirma que a suposta irregularidade poderia levar ao afastamento de candidatos. “A ausência de sigilo nas votações representa grave risco de escolha antidemocrática entre filiados”, começou. “Haja vista a possibilidade de culminar no afastamento de pré–candidatos que desejariam disputar o pleito, no direcionamento dos votos e opiniões de filiados e, ainda, no receio quanto a possíveis represálias da cúpula partidária”, completou Hugo Wanderley.
Após a notícia de que o integrante do partido havia acionado o TSE, Baleia Rossi deu uma entrevista ao canal “CNN Brasil”. Na ocasião, ele lembrou que o sistema virtual foi adotado em convenções partidárias durante a pandemia da Covid-19 em 2020 e, agora, em estados como São Paulo, Tocantins e Paraná.
“Nós estamos bem seguros”, disse ele. “O jurídico do MDB está absolutamente seguro, pois tem previsão do próprio Tribunal Superior Eleitoral. Esse sistema já foi utilizado em vários Estados”, afirmou o presidente do MDB, completando que o pedido de anulação se trata de “uma questão política”.
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