Não foi hoje que a votação do relatório à Proposta de Emenda à Constituição do voto impresso (PEC) aconteceu. Isso porque o presidente da comissão especial que discute o tema, o deputado Paulo Eduardo Martins (PSC-PR), suspendeu a reunião que acontecia nesta sexta (16), mesmo com a derrota de um requerimento que determinava a manutenção da discussão da pauta.
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Com isso, a votação fica para depois do recesso parlamentar. De acordo com analistas políticos, essa postergação é benéfica aos parlamentares aliados do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), que tentavam adiar a análise do tema por conta do receio de serem derrotados.
O requerimento de retirada de pauta na tarde desta sexta-feira (16) teve 22 votos contrário e 11 a favor. Na hora de suspender a sessão, o presidente da comissão alegou que o ato seria feito para dar mais tempo ao relator, o deputado Filipe Barros (PSL-PR), para que ele apresentasse uma nova redação do projeto.
Confusão durante a discussão da PEC
O clima na sessão não foi nada amistoso e teve registros de tentativa de obstrução durante as falas. Prova disso é que, enquanto o relator do tema falava, virtualmente, deputados da oposição, contrários ao voto impresso, e que estavam no plenário da Câmara dos Deputados, ligaram seus microfones e passaram a interromper a fala de Filipe Barros.
Além disso, mesmo quando a sessão foi encerrada, deputados tentaram retomar a reunião, alegando que a manobra era ilegal. A expectativa é que, mesmo com a votação adiada, a PEC seja rejeitada pela maioria dos integrantes da comissão.
Hoje, onze partidos já fecharem posição em defesa do atual sistema de votação. Além disso, o texto tem sido duramente criticado por juristas, ex-procuradores-gerais eleitorais e organizações da sociedade civil.
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