Desde que o resultado das eleições saiu nas urnas, muitos apoiadores do atual presidente, Jair Bolsonaro, ocuparam as ruas. Em sinal de protesto, os manifestantes fecharam as principais rodovias em 22 estados do país, além do Distrito Federal. Com isso, a paralisação dos caminhoneiros já afeta a economia em alguns locais.
Apesar disso, o presidente deu uma declaração hoje, 1, no Palácio do Planalto. Em seu discurso, Bolsonaro não criticou diretamente as manifestações, mas sinalizou que elas precisam acabar o quanto antes. A paralisação dos caminhoneiros também é alvo de decisões do STF.
O que é a paralisação dos caminhoneiros?
As eleições do Brasil em 2022 foram as mais apertadas da história. Superando a disputa entre Dilma Rousseff e Aécio Neves, a corrida eleitoral entre Lula e Bolsonaro foi decidida por uma diferença de 1,8 ponto percentual. O petista ganhou com 50,9% dos votos, totalizando mais de 60 milhões de votos nas urnas.
Apesar disso, dois dias após o resultado das eleições, o presidente Jair Bolsonaro não havia se posicionado. Em meio ao silêncio do presidente, a paralisação dos caminhoneiros seguia acontecendo, reivindicando que o resultado das urnas fosse revisto e que o presidente, a partir de 2023, fosse Bolsonaro, em vez de Lula. Além disso, os sindicatos ligados à categoria dos caminhoneiros afirmou que o movimento não é organizado, oficialmente, pela categoria, sendo seguido por caminhoneiros e manifestantes de forma autônoma.
No meio da tarde de hoje, 1, Bolsonaro se manifestou pela primeira vez após o resultado das urnas. Em um discurso de pouco mais de 2 minutos, afirmou que vai seguir as regras da constituição brasileira. Depois do presidente, o ministro Ciro Nogueira confirmou a jornalistas que haverá uma transição pacífica de governo. Apesar disso, a paralisação dos caminhoneiros já mostra sinais na economia brasileira.
Quais os impactos na economia?
Com o discurso do presidente, especialistas esperam que a paralisação dos caminhoneiros encerre logo. Contudo, caso isso não aconteça, os impactos na economia podem ser relevantes. Isso porque os primeiros sintomas são o desabastecimento de postos de combustíveis e supermercados. No final das consequências, o Brasil pode perder parceiros internacionais e mergulhar em uma crise profunda.
Isso porque com a paralisação dos caminhoneiros, os produtos não chegam aos supermercados. No setor de alimentação, os produtos perecíveis passariam a estragar, aumentando o preço de venda da próxima produção, para cobrir os custos dos produtos perdidos. Com os preços aumentando, haveria um sinal de inflação. Vale lembrar que o Brasil acaba de se recuperar de um alto índice inflacionário.
Contudo, especialistas acreditam que isso não acontecerá. Isso porque setores do agronegócio brasileiro já fazem pressão para que a paralisação dos caminhoneiros acabe. O setor é o principal motor da economia brasileira e tem grande influência no atual governo de Jair Bolsonaro.
Apesar disso, a paralisação dos caminhoneiros não tem relação com a greve dos caminhoneiros, que aconteceu no governo de Michel Temer. Por isso, especialistas dizem que o movimento não é coordenado e, por isso, não deve durar.