Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou nesta segunda-feira (01) que, em sua opinião, os ataques que visam “desqualificar a segurança das urnas eletrônicas tem um único objetivo: tirar dos brasileiros a certeza de que seu voto é válido e sua vontade foi respeitada”.
A declaração dele, que também é ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), foi feita durante o discurso que marcou o começo dos trabalhos do TSE para o segundo semestre – essa será a penúltima semana de Edson Fachin no cargo, pois ele dará lugar a Alexandre de Moraes, que é quem comandará as eleições.
Sem citar o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), que voltou a atacar as urnas e o processo eleitoral, mesmo sem apresentar nenhuma prova, Edson Fachin afirmou que “quem vocifera não aceitar resultado diverso da vitória não está defendendo a auditoria das urnas eletrônicas e do processo de votação, está defendendo apenas o interesse próprio de não ser responsabilizado pelas inerentes condutas ou pela inaptidão de ser votado pela maioria da população brasileira”.
Em outro momento, o ministro ainda disse que a propagação de notícias falsas sobre as urnas eletrônicas devem ser classificadas como “antidemocráticas”. “Há um quarto de século, o sistema eleitoral brasileiro se apresenta e é seguro e confiável. Todos os candidatos eleitos no Brasil, desde os vereadores ao Presidente da República, auferiram a totalidade dos votos que lhes foram concedidos nas urnas”, começou.
“A opção pela adesão cega à desinformação que prega contra a segurança e auditabilidade das urnas eletrônicas e dos processos eletrônicos de totalização de votos é a rejeição do diálogo e se revela antidemocrática”, declarou Edson Fachin, que ainda pediu para que os eleitores protejam “o seu direito constitucional de votar, em quem quiser, pelo motivo que achar justo e correto”.
“Não ceda aos discursos que apenas querem espalhar fake news e violência. O Brasil é maior que a intolerância e a violência. As brasileiras e os brasileiros são maiores do que a intolerância e a violência”, pediu o presidente da Corte.
Por fim, mais uma vez sem mencionar Bolsonaro, o ministro deixou claro que o TSE e todos os tribunais regionais eleitorais irão atuar com foco na transparência e ajudarão as entidades fiscalizadoras no processo eleitoral deste ano.
“Esse esforço de interlocução com a sociedade tem sido uma constante e a própria instituição da Comissão de Transparência Eleitoral – CTE e o Observatório da Transparência Eleitoral – OTE, são do diálogo e da escuta ativa de representantes da sociedade”, finalizou o ministro.
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