Com o intuito de evitar roubos e tornar o PIX mais seguro, o Banco Central anunciou, nesta sexta-feira (27), que implementará algumas mudanças no sistema, como limitar a transferência entre pessoas físicas para até R$ 1 mil no período noturno.
Desde que foi implementado, o sistema tem sido utilizado por criminosos para a prática de crimes. Nesta semana mesmo, o Brasil123 relatou o caso de um motorista de aplicativo que foi obrigado a transferir R$ 4 mil para criminosos via PIX.
É por conta de casos como este que as instituições financeiras estavam pressionando o Banco Central para que mudanças fossem implementadas a fim de dar mais segurança ao sistema. Em nota, o banco informou que as medidas devem começar a ser implementadas em algumas semanas.
“As medidas se concentram, principalmente, na segurança desses meios de pagamento contra crimes perpetrados por bandidos impondo coação a vida humana, por exemplo, sequestros relâmpagos ou roubos e fraudes em meios de pagamentos eletrônicos, que é um problema social e grave igualmente”, informou o Banco Central.
Ainda no comunicado, o diretor da Organização do Sistema Financeiro e Resolução do Banco Central, João Manoel Pinho de Mello, revelou que o número de transações com suspeita de fraude na base de dados do PIX é extremamente baixa: uma a cada 100 mil.
“Se considerar desde o início do sistema, é uma transação suspeita de fraude ou crime violente na base do PIX a cada 100 mil transações. Não há evidência de aumento, há evidência de diminuição do número de fraudes”, afirmou Mello.
Principais mudanças no PIX
Segundo o Banco Central, dentre as principais mudanças no PIX, além do limite de R$ 1 mil entre transferências de pessoas físicas (incluindo MEIs) no período noturno, das 20 horas às 6 horas, estarão:
- Possibilidade de reduzir ou aumentar os limites do sistema PIX, com a redução imediata e aumento levando de 24 a 48 horas para ser efetivada.
- Permitir o cadastramento prévio de contas que poderão receber PIX acima dos limites estabelecidos;
- Estabelecer um prazo mínimo de 24h para que o cadastramento prévio de contas por canal digital produza efeitos, impedindo o cadastramento imediato em situação de risco;
- Permissão para reter uma transação por 30 minutos durante o dia ou por 60 minutos durante a noite para a análise de risco da operação.
Por fim, o Banco Central ainda afirma que as medidas anunciadas nesta sexta (27) foram tomadas com o intuito de aumentar a “proteção dos usuários e contribuir para redução de crimes praticados por bandidos que utilizam o PIX para seus delitos”.
“Os mecanismos de segurança presentes no PIX e nos demais meios de pagamento não são capazes de eliminar por completo a exposição de seus usuários a riscos. Todavia, com o trabalho conjunto do Banco Central, das instituições reguladas, das forças de segurança pública e dos próprios usuários, será possível mitigar ainda mais a ocorrência de perdas”, afirmou o banco.
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