O filho do Presidente da República, Eduardo Bolsonaro (PSL – SP), afirmou ontem (18) que o Brasil “vive uma ditadura” e que isso só “tende a piorar”. A declaração ocorreu em um evento em defesa do ex-deputado bolsonarista Roberto Jefferson, preso nesta semana. Durante o evento, o deputado federal repetiu as opiniões já defendidas por seu pai.
“Eu não quero chegar daqui a um tempo e falar para a minha filha que eu não fiz tudo o que eu podia para não chegar a uma ditadura. Eu já acredito que estamos em uma ditadura, mas a tendência dela é piorar. Não quero falar para a minha filha: ‘Olha, eu tentei conversar, eu tentei contemporizar com pessoas que faziam atrocidades”, disse Eduardo Bolsonaro.
Eduardo Bolsonaro em defesa de Roberto Jefferson
Depois de várias acusações de participar de uma milícia digital em ataques às instituições democráticas, na manhã da última sexta-feira (13) finalmente a Polícia Federal executou a prisão de Roberto Jefferson, ex-deputado do PTB pelo Rio de Janeiro. As acusações partiam diretamente do Supremo Tribunal Federal (STF), mas só hoje a PF recebeu a determinação formal de Alexandre de Moraes, ministro do STF. Até o momento, é apenas um mandato de prisão preventiva sem prazo estipulado para acabar.
De acordo com o STF, Moraes pediu parecer da procuradoria-geral da República antes de tomar a decisão. Só que o prazo se encerrou na terça-feira, e a PGR não se manifestou até a decisão dele, assinada na quinta (12). Até o presente momento, nenhum parecer foi juntado aos autos.
Assim como Moraes, a PM também atribui a Jefferson a participação na milícia digital, que tem feito ataques sistemáticos às instituições, notadamente ao STF e também ao processo democrático. Até onde as investigações puderam pontuar, a organização criminosa teria sido montada, principalmente, para atacar a próxima eleição.
Há pouco tempo, o ex-deputado publicou em suas mídias sociais reproduzindo as mesmas ameaças que o presidente Jair Bolsonaro: “se não houver voto impresso, não haverá eleição”. Essa nem é a primeira condenação do ex-deputado, visto que em 2012 ele foi condenado durante o processo do Mensalão, pegando 7 anos de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
Segundo informações da CNN, pouco antes de ser preso, Roberto Jefferson estava na cidade de Comendador Levy Gasparian, a cerca de 130 quilômetros do Rio de Janeiro. Depois de ser capturado pela Polícia, o ex-deputado precisou seguir para exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e só após isso será encaminhado para a Superintendência da PF no Rio.
Na ocasião, Jefferson ainda postou em suas redes sociais: “a Polícia Federal foi a casa de minha ex-mulher, mãe de meus filhos, com ordem de prisão contra mim e busca e apreensão. Vamos ver de onde parte essa canalhice”.