A gestão do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), tem tentado encontrar uma medida para prevenir que a crise dos combustíveis comprometa o ano eleitoral, afetando assim nos planos de reeleição do chefe do Executivo. Agora, após o Conselho de Administração da Petrobras afirmar que existe a perspectiva de que haja um desabastecimento de diesel no próximo semestre deste ano, o governo pensa em criar um “bolsa-caminhoneiro”, com o intuito de adiar a crise.
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A informação foi divulgada nesta segunda-feira (30) pelo colunista do jornal “O Globo” Alvaro Gribel, em entrevista ao PodCast “O Assunto”. Na ocasião, o comunicador discutiu com o economista Fernando Camargo sobre o custo da crise para a relação entre os caminhoneiros e Bolsonaro.
Segundo o jornalista, essa ajuda aos caminhoneiros custaria R$ 1,5 bilhão e serviria para empurrar para o próximo ano a crise, ao menos com essa categoria, considerada importante para os planos de Bolsonaro, que pretende ser reeleito neste ano.
“O que o governo está tentando fazer agora é dar uma bolsa-caminhoneiro, um vale que teria um custo de R$ 1,5 bilhão – uma coisa que poderia ser acomodada no orçamento para que você consiga de novo empurrar esse problema até depois das eleições”, relata ele.
Ainda conforme o comunicador, uma paralisação seria horrível para a tentativa de reeleição de Bolsonaro e ele não tem muitas opções para evitar isso. “A gente vive um problema de escassez do diesel e ele está tentando essa solução de dar uma bolsa no valor de cerca de R$ 400”, explica o jornalista.
De acordo com ele, esse valor poderia ser acomodado dentro do orçamento e também dentro das regras fiscais que o Brasil tem. “Se fosse dar um subsídio muito grande, Bolsonaro ficaria preso por essas amarras que o país tem para tentar evitar que as contas públicas saiam totalmente do controle”, concluiu ele.
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