A guerra entre Rússia e Ucrânia está completando um mês nesta quinta-feira (24). Nesse período, diversos impactos já foram sentidos por diversos países do mundo, incluindo o Brasil. E o mais recente é o encarecimento do pão francês, presente na maioria dos lares do país.
O consumidor deve preparar o bolso para pagar mais pelo pãozinho de cada dia. Em resumo, os conflitos no leste europeu fizeram o preço internacional do trigo disparar mais de 46% em apenas um mês. E esse encarecimento já começou a ser sentido pelos brasileiros em diversas regiões do país.
No Distrito Federal, o preço do quilo do pão francês subiu mais de 5% nos últimos dias. De acordo com empresários, o reajuste para o consumidor não reflete todo o aumento que eles próprios estão tendo que pagar. Aliás, a expectativa é que o preço do pãozinho suba ainda mais nos próximos dias.
Na região metropolitana de Belo Horizonte, a média de preço do pão é de R$ 16,99, mas o valor chega a R$ 22,99 em determinados estabelecimentos da região. O site Mercado Mineiro coletou os dados nesta semana em panificadoras locais.
Os preços deverão subir ainda mais nos próximos dias. Não há expectativas para o fim da guerra no curto prazo, apesar dos diversos encontros realizados por autoridades russas e ucranianas para um acordo de cessar-fogo. Inclusive, os preços deverão continuar elevados mesmo com o fim da guerra, pelo menos por algum tempo.
Rússia e Ucrânia são grandes produtores e exportadores de trigo
A guerra na Ucrânia vem afetando o comércio internacional de trigo. Isso está acontecendo porque a Rússia é o maior exportador global de trigo, respondendo por quase 17% de todo o comércio mundial. Já a Ucrânia aparece na quarta posição neste ranking. Juntos, os países respondem por 30% das exportações globais de trigo.
Em suma, os desafios impostos pela guerra estão encarecendo o trigo, porque a oferta está prejudicada, mas a demanda segue firme. Nestas situações, com a demanda mais forte que a oferta, os preços do produto tendem a subir. E isso impacta diretamente nos itens produzidos através do trigo, como o pão francês.
Vale destacar que o Brasil importa entre 50% e 60% do trigo consumido no país e que a cotação internacional do cereal é em dólar. Embora a moeda norte-americana venha perdendo força nos últimos dias, a sua cotação é bem superior a do real brasileiro. Ou seja, o país paga mais caro pelo trigo e isso acaba refletindo no preço dos produtos produzidos a partir do cereal, como pão e biscoitos.
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