A taxa média de desemprego no Brasil chegou a 13,5% em 2020. Este valor representa uma alta firme de 1,6 p.p. em relação a 2019 (11,9%). Aliás, é a maior taxa já registrada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E isso aconteceu graças aos níveis recordes de desocupação em 20 das 27 Unidades da Federação (UFs) no ano passado. A saber, o IBGE divulgou as informações nesta quarta (10).
Todo esse cenário foi reflexo direto da pandemia da Covid-19, que provocou diversos impactos negativos em todo o globo terrestre. Alguns países conseguiram passar mais tranquilamente pela crise sanitária, que dura até hoje. No entanto, aqui, no Brasil, houve bastante dificuldade, seja pelo tamanho continental do país, seja pela falta de unidade entre os entes federativos e o próprio governo federal. Seja como for, a população foi a parte que mais sofreu, especialmente as pessoas que fazem parte da força de trabalho do país.
Estados batem recorde de desocupação
De acordo com o IBGE, as UFS que atingiram as taxas máximas de desocupação em 2020 foram: Bahia (19,8%), Alagoas (18,6%), Sergipe (18,4%), Rio de Janeiro (17,4%), Roraima (16,4%), Maranhão (15,9%), Amazonas (15,8%), Rio Grande do Norte (15,8%), Acre (15,1%), Distrito Federal (14,8%), Paraíba (14,6%), São Paulo (13,9%), Ceará (13,2%), Minas Gerais (12,5%) Goiás (12,4%), Rondônia (10,4%), Mato Grosso do Sul (10,0%), Mato Grosso (9,7%), Paraná (9,4%) e Rio Grande do Sul (9,1%).
Vale destacar que as taxas máximas não significam as maiores taxas entre as UFs, mas apenas os maiores níveis alcançados por cada UF. Pernambuco (16,8%), Amapá (14,9%), Piauí (12,8%), Espírito Santo (12,7%), Tocantins (11,6%), Pará (10,4%) e Santa Catarina (6,1%) não atingiram suas máximas de desemprego, mas muitas destas UFs tiveram taxas superiores a diversas outras, que atingiram suas máximas no ano passado.
A propósito, em 2020, a população ocupada sofreu uma redução de 7,3 milhões de pessoas no país, atingindo o menor patamar da série anual (86,1 milhões). Dessa forma, pela primeira vez, menos da metade da população que possuía idade para trabalhar estava, de fato, ocupada, atingindo 49,4%.
Em resumo, 15 as 27 UFs encerraram o ano com um nível de ocupação de sua população abaixo dos 50%. Além disso, a taxa média de informalidade caiu entre 2019 e 2020, de 41,1% para 38,7%, somando mais 39,9 milhões de pessoas. “Os informais são os trabalhadores sem carteira, trabalhadores domésticos sem carteira, empregador sem CNPJ, conta própria sem CNPJ e trabalhador familiar auxiliar”, explica o IBGE.
Entenda a PNAD Contínua
De acordo com o IBGE, a PNAD Contínua acompanha as variações trimestrais e a evolução da força de trabalho no Brasil. Isso acontece em médio e longo prazo através de coleta, em âmbito nacional, de informações necessárias para o estudo do desenvolvimento socioeconômico do país. Em suma, a implantação da PNAD Contínua aconteceu em outubro de 2011, alcançando o caráter definitivo em janeiro de 2012.
Por fim, vale ressaltar que a PNAD também divulga informações mensais e anuais, além das trimestrais. Dessa forma, tende a abranger os mais variados temas relacionados à força de trabalho no país, o que inclui o desemprego, em diferentes períodos.
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