Já é fato que a pandemia causou prejuízo para indústrias petrolíferas. Contudo, os dados ficaram ainda mais à mostra com a divulgação do G1 sobre os prejuízos obtidos pela Shell no ano de 2020. Foi nesta quinta-feira (4), que o grupo anunciou um prejuízo colossal de US$ 21,7 bilhões. A empresa ainda ressalta que, no ano de 2019, o lucro líquido havia chegado aos seus US$ 15,8 bilhões.
Isso ocorre porque, durante os primeiros meses de 2020 e de pandemia, os valores das indústrias petrolíferas decaíram de forma expressiva. O abalo constante a cada trimestre fez com que inúmeras empresas tivessem que se adaptar a cobrar pouco e pagar muito.
O país enfrenta crise também a indústria automobilística. O mês de janeiro ficou marcado pelo anúncio da Ford que sairia do Brasil. Eles recebiam auxílio estadunidense desde 2013 mas, com a chegada da pandemia e o dólar alto, ficou insustentável manter a produção. Consequentemente, mais de cinco mil empregos foram afetados, somente na cidade de Taubaté, são mais de 810 funcionários. Segundo a CNN Brasil, algumas lojas já possuem possíveis compradores: Changan, GAC, Geely e Great Wall.
Novos desempregados em indústrias petrolíferas
Não seria de se imaginar outra coisa se não o corte de gastos da Shell. Como consequência, pretendem mandar embora cerca de dois mil funcionários, cortando de nove para sete mil colaboradores.
Com a queda do consumo de gás e gasolina no Home Office, não tardou para que as indústrias petrolíferas se vissem prejudicadas com a situação. Segundo o CEO Ben van Beurden, a Shell tomou “decisões difíceis, mas decisivas”.
Em entrevistas sobre o assunto, afirmaram que também desejam reduzir o número de emissão de carbono. Van Beurden elogiou todos os compromissos climáticos do novo presidente dos Estados Unidos, Biden. A preocupação com a sustentabilidade dos EUA está fazendo com que cortem laços e relações com o Brasil: estão preocupados com as emissões e falta de compromisso de Bolsonaro com o restante do mundo. A atual vice-presidente, Kamala Harris, também já se manifestou contra as decisões brasileiras: “O presidente Bolsonaro do Brasil deve responder por esta devastação. A Amazônia gera mais de 20% do oxigênio do mundo e é o lar de um milhão de indígenas. Qualquer destruição afeta a todos nós.”