Nesta segunda-feira (19), o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP) “em nenhum momento” pediu qualquer ministério ao governo federal. A declaração foi dada em coletiva com a imprensa, após reunião do próprio Padilha com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Parlamentares do Centrão e Lira vem pressionando o governo federal a ceder o controle da pasta, que possui orçamento anual de R$180 bilhões.
“Eu quero ser justo aqui com o presidente Arthur Lira, da Câmara, que eu tenho ouvido muitos comentários, imprensa, notícias, boatos de que o presidente Arthur Lira teria feito um pedido, uma reivindicação para o governo do presidente Lula de ocupar o Ministério da Saúde”, disse Alexandre Padilha. “Eu quero ser justo com o presidente Arthur Lira. Tanto para mim quanto para o presidente Lula, em nenhum momento, o presidente Arthur Lira reivindicou qualquer ministério, ocupar qualquer ministério do governo. Tem que ser justo em relação a isso”, completou o ministro.
Reformulação dos ministérios do União Brasil entrou na pauta do governo
Durante as declarações à imprensa, Padilha confirmou que a reformulação dos ministérios do União Brasil entraram na pauta do governo federal junto a uma eminente demissão da ministra do Turismo, Daniela Carneiro, bem como à nomeação do deputado federal Celso Sabino (União Brasil) prevista para os próximos dias. Embora Lula já tenha acenado para a substituição de Daniela no turismo, a Câmara entende que a mudança é pequena e não resolve o problema do Executivo.
“Devemos fazer reuniões ao longo da semana com líderes de vários partidos, sobretudo do União Brasil, para continuar conversando sobre o desejo já manifestado pelos líderes do União Brasil de reformulação dos ministérios que hoje são indicados pelo União Brasil”, disse o ministro. Ao ser questionado sobre se a troca será restrita ao Ministério do Turismo, Padilha disse que o partido fez uma “discussão genérica sobre a necessidade de reformulação de seus nomes”.
CPMI dos Atos Golpistas também foi pauta da entrevista
Padilha também fez alguns comentários sobre a previsão de a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas ouvir, ainda nesta semana, o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques. O ex-diretor é suspeito de bloquear propositalmente, no dia das eleições, estradas para prejudicar o então candidato à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com o ministro, a CPMI vai “enterrar a teoria terraplanista” de transformar vítimas em culpados, além de provar que os atos golpistas começaram a ser planejados após as eleições e que não foram um acidente no dia 8 de janeiro. “Esta semana começa na prática o plano de trabalho da CPMI que demarca que os atos terroristas do 8 de janeiro começaram a ser planejados depois da eleição. […] Todo o planejamento que vinha sendo feito de instabilidade no país teve uma das figuras-chave, o ex-diretor [Silvinei Vasques], que é o primeiro que vai ser ouvido”, disse Padilha.