Na quarta-feira (07), o vice-presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), declarou durante a sessão que “os bons das Forças Armadas devem estar muito envergonhados com algumas pessoas que hoje estão na mídia”, pois “fazia muitos anos que o Brasil não via membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do Governo”.
Nessa quinta-feira (08), um dia após a divulgação da Nota das Forças Armadas, os senadores Renan Calheiros (MDB) e Randolfe Rodrigues (Rede) disseram que iriam se intimidar pelas ameaças, “sob pretexto nenhum”. Calheiros ainda enfatizou que “nós [senadores] vamos investigar, haja o que houver”, e pediu “que o Sr. Braga Netto saiba que não há nenhuma confusão da participação de Pazuello com as Forças Armadas. O Brasil todo respeita as Forças Armadas e o exemplo que ela pode continuar dando”.
No mesmo dia, o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse que resolveu o problema diretamente com o ministro da Defesa, Walter Braga Netto; segundo Pacheco, o caso não passou de um “mal-entendido” entre as partes e que o assunto já está resolvido.
Além disso, o presidente do Senado também conversou com o ministro da Defesa, General Braga Netto, para ressaltar o “respeito mútuo entre as instituições” e deixar claro ao ministro o “reconhecimento aos valores das Forças Armadas, inclusive éticos e morais”. Para o senador, “a independência e as prerrogativas de parlamentares são os principais valores do Legislativo”.
O conflito entre Aziz e Forças Armadas
O senador Marcos do Val (Podemos-ES) até tentou alertar que a fala de Aziz poderia ser mal interceptada; por isso, Aziz completou sua fala dizendo que “quando a gente fala de alguns oficiais do Exército, é lógico, nós não estamos generalizando”. Antes de tentar contornar a situação, Aziz ainda tinha dito que o povo brasileiro “não os acusava [as Forças Armadas] de corrupção, mas, agora, Força Aérea Brasileira, Coronel Guerra, Coronel Elcio, General Pazuello e haja envolvimento de militares”.
Entretanto, tal como Marcos do Val previu, naquela mesma noite, o Ministério da Defesa e os comandantes das Forças Armadas deram uma resposta à fala do senador. Divulgaram uma nota oficial, onde o presidente da CPI era acusado de estar “desrespeitando as Forças Amadas e generalizando esquemas de corrupção”. A nota oficial conta com a assinatura dos comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica e do ministro da Defesa, Walter Braga Netto.
O incidente também ocorreu pouco depois de Aziz decretar a prisão de Roberto Dias, ex-diretor de logística do Ministério da Saúde. O comunicado teve apoio de Jair Bolsonaro e do ministro Onyx Lorenzoni (Secretaria Geral). Para eles, a CPI quer apenas perseguir o presidente e não tem qualquer credibilidade.
Confira: Forças Armadas fazem ameaça, mas senadores não se intimidam