Nesta quinta-feira (23), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), confirmou que fará parte da comitiva que acompanhará o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em sua visita à China. De acordo com informações disponibilizadas pelo Ministério das Relações Exteriores, Lula terá compromissos na China nos dias 28, 29 e 30 deste mês. Há a expectativa de que Brasil e China assinem dez memorandos de entendimento, nas áreas de meio ambiente, turismo, agricultura e ciência e tecnologia.
Viagem de Lula à China
Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil. Desse modo, a agenda de Lula no país terá como foco a busca de investimentos em áreas como energia e educação, além da assinatura de acordos que promovam a cooperação entre os países em diversas áreas, inclusive na agricultura. Não por acaso, a comitiva presidencial será composta por 88 empresários do agronegócio.
Entre os participantes estão os irmãos Wesley e Joesley Batista, do Grupo J&F, que chegaram a assinar um acordo de delação premiada durante a investigação da Lava-Jato. Além disso, a lista da comitiva conta com o nome de Kleverson Scheffer, do grupo Bom Futuro, filho de Erai Maggi, conhecido como o “Rei da Soja”. Contudo, vale destacar que, o governo não subsidiará as despesas dos empresários, que pagarão por seus próprios gastos.
Programação na China
A programação presidencial na China inclui, por exemplo, um encontro com o presidente chinês, Xi Jinping, em Pequim, e uma visita à sede do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), em Xangai. Importante destacar que o NBD é a instituição financeira responsável pelo BRICS, que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, visando apoiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável do grupo e de outros países considerados emergentes.
Além disso, a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China deve incluir uma visita a um centro de pesquisa da Huawei e uma parceria no desenvolvimento de tecnologia de monitoramento.
Possível tensão com os EUA
Conforme relatado anteriormente, um dos compromissos agendados de Lula na China é uma visita às instalações da Huawei. No entanto, se esse compromisso for cumprido, é provável haver desconforto em relação ao outro parceiro comercial do Brasil, os Estados Unidos. Isso porque, desde 2021, os Estados Unidos consideram a Huawei um risco de segurança, acusando a empresa de usar seus equipamentos para espionagem.
Desse modo, para alguns especialistas em relações internacionais, a visita de Lula à empresa pode representar uma “provocação” ao governo dos Estados Unidos. Apesar disso, esses especialistas argumentam que a prioridade do presidente Lula é uma diplomacia plural que facilite o diálogo com as diferentes partes. De acordo com eles, isso é o que Lula sempre defendeu e cogita fazer para administrar sua relação com China e Estados Unidos.