O mundo direcionou suas preocupações à China nas últimas semanas. Isso porque a segunda maior imobiliária do país, a Evergrande, enfrenta uma crise sem precedentes. Aliás, o risco de falência da empresa é iminente, o que resultaria num calote bilionário aos credores.
No entanto, esse não é o único grupo chinês a enfrentar uma crise. Nesta terça-feira (5), outra imobiliária da China, a Fantasia Holdings, não cumpriu o pagamento de uma obrigação de dívida de US$ 205,7 milhões, previsto para segunda (4).
Além disso, a empresa de gestão imobiliária Country Garden Services Holdings ainda indicou que uma subsidiária da Fantasia também não cumpriu suas obrigações. Em resumo, esta subsidiária deveria pagar um crédito de 700 milhões de yuans (US$ 108 milhões). Por isso, a Country Garden também apontou para uma possível falência da empresa.
Todas essas notícias acontecem em um momento extremamente tenso no país. A saber, a Evergrande suspendeu ontem as suas operações na Bolsa de Hong Kong e não deu detalhes sobre a decisão. A imobiliária se limitou a dizer que haverá o anúncio de uma “grande transação”.
Há relatos de que a incorporadora Hopson Development Holding planeja adquirir 51% da unidade de serviços imobiliários da Evergrande. O valor da compra gira em torno de US$ 5 bilhões. Atualmente, a Evergrande possui a maior dívida de ativos do mundo, na ordem de US$ 300 bilhões. E o seu colapso poderia afetar toda a economia da China.
Veja mais detalhes da Fantasia
Em suma, a Fantasia não possui o mesmo tamanho da Evergrande. Contudo, não é isso que realmente preocupa o mercado. Na verdade, essas situações evidenciam que a saúde financeira do setor imobiliário chinês está enfrentando muitos problemas. A propósito, o setor é um dos principais geradores de emprego do país e compõem percentual importante na economia chinesa.
Na segunda, a agência de classificação Fitch rebaixou a nota da dívida da Fantasia, que caiu para “CCC-“. Essa avaliação estabelece que a falência da empresa é uma possibilidade. Isso ocorreu porque a Fitch considera que a “situação de liquidez da empresa pode ser mais difícil do que o esperado anteriormente”. Em outras palavras, a transparência do grupo está cada vez mais nebulosa.
Vale ressaltar que a Fitch e o S&P rebaixaram a nota de outra imobiliária chinesa, a Sinic Holdings. Por falar no setor imobiliário da China, as autoridades do país asiático vêm adotando regras mais rígidas para evitar especulação e endividamento excessivo das empresas.
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