Em uma década, os acidentes de trabalho tiveram queda de 25,6% no Brasil.
Assim, passaram de 720.629 registros, em 2011, para 536.174 registros, em 2021 (184.455 acidentes a menos).
A saber, os dados são do Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho 2021 (AEAT), lançado nesta quinta-feira (4), durante reunião do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS).
Diminuição dos Acidentes de Trabalho
Em termos relativos, também há queda. O total de acidentes para cada grupo de mil empregados passou de 13,9 (2011) para 10,2 acidentes (2021).
“Os dados mostram que apesar de ter havido um crescimento em comparação ao ano de 2020, os registros voltam à tendência de queda histórica, quando comparados com o ano de 2019”, explicou o coordenador geral de Monitoramento dos Benefícios por Incapacidade, Alexandre Zioli Fernandes.
Além disso, a publicação mostra também o impacto da pandemia da Covid-19 nos registros de afastamentos por doenças do trabalho em 2021, registrando a segunda maior quantidade anual nos últimos 10 anos, com 19.348 casos.
O recorde histórico ocorreu em 2020, quando houve 33.575 casos.
Comparados ao ano de 2019, anterior à pandemia, os acidentes por doença do trabalho aumentaram 234,6% no ano de 2020 e 92,8%, em 2021.
Maiores ocorrências
O setor da economia com a maior quantidade de trabalhadores afastados por acidentes de trabalho foi o de Atividades de Atendimento Hospitalar. Foram 62.852 casos, que responderam por 11,7% do total de acidentes de 2021.
Cabe destacar que o número é mais de três vezes superior ao registrado no Comércio Varejista de Mercadorias em Geral, segundo setor com mais acidentes (19.788).
Em seguida, com 14.925 acidentes, está Administração Pública em Geral.
Transporte Rodoviário de Carga aparece também entre os setores com mais afastamentos por acidente, com 14.735 casos.
Abate de Suínos, Aves e Outros Animais vem em seguida, com 11.722 acidentes e Construção de Edifícios, com 10.641 afastamentos.
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Gênero nos Acidentes de Trabalho
De acordo com o AEAT, a ocorrência de acidentes do trabalho entre as mulheres é inferior à ocorrência entre os homens, tanto em termos absolutos quanto em termos relativos.
Em 2021, foram 352.099 acidentes estre eles (15,1 para cada grupo de mil empregados) e 182.754 registros entre elas (9,8 a cada grupo de mil).
Assim, se comparados ao período anterior à pandemia (2019), ambos registram queda. Percentualmente, em 2021 os homens representam 65,8% das vítimas de acidentes de trabalho, enquanto as mulheres, 34,2%.
Apesar disso, ao se restringir a análise somente para os acidentes por motivo de doença do trabalho, nos anos de 2020 e 2021, a quantidade de acidentes entre as mulheres superou a registrada pelos homens.
Foram 22.049 casos em 2020, cerca de dois terços do total de doenças do trabalho no ano. Em 2021, foram 11.604 casos e 60% do total.
Em resumo, esse cenário pode estar relacionado com a maior predominância de mulheres em atividades hospitalares, em especial na ocupação de enfermagem.
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Óbitos
A quantidade de acidentes do trabalho que resultaram em óbito do trabalhador aumentou em 2021, quando foram informados 2.556 casos.
Para efeitos comparativos, foram 2.203 casos em 2019 e 2.132, em 2020.
Por outro lado, os acidentes que causaram incapacidade permanente em 2021 caíram substancialmente em relação ao ano de 2019 (em 2020 se mantiveram constantes). Foram 5.664 casos em 2021 contra 16.556 casos de 2019, aproximadamente um terço do total.
Por fim, os acidentes que resultaram em óbito representaram apenas 0,5% do total de acidentes liquidados em 2021. Aqueles que deixaram o trabalhador com incapacidade permanente, 1%. A maior parte dos casos (64,1%) referiram-se a afastamentos por menos de 15 dias naquele ano.
Fonte: Ministério da Previdência Social
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