Apesar de ter sido cunhada pela primeira vez nas últimas décadas do século XX, o termo globalização ganha novas configurações nesse início de século. Não que haja um rompimento com a ideia de “mundialização” da economia, a interação e a influência cultural, mas há claramente uma mudança de liderança no comando das regras do jogo geopolítico, não contando apenas com duas ou três lideranças como no passado, e sim com o surgimento de novas e consistentes lideranças especializadas nas mais diferentes áreas, que acaba impactando decisivamente nas instituições globais.
Além da tradicional liderança dos EUA, da União Europeia e do Japão, hoje é possível identificar o papel de destaque de países como a Índia, a Rússia, a China, os Tigres e os novos Tigres Asiáticos. Por outro lado, se novas lideranças surgem principalmente na Ásia, outros países, no entanto mergulham no ostracismo e acabam pagando o preço por não contarem com um projeto próprio de desenvolvimento, como o Brasil, o México e a Argentina, curiosamente os países mais ricos da América Latina.
Essas novas lideranças globais fizeram valer sua força recentemente durante a COP26 realizada em Glasgow na Escócia, que não revelou apenas a necessidade urgente de mudanças de hábito visando a preservação ambiental, mas sobretudo, serviu para mostrar o quanto o ocidente está fragilizado diante de países como a China e a Rússia por exemplo, que preferiram participar do encontro de forma virtual do que presencialmente. A China em particular além de não contar com a presença do seu chefe de estado no encontro, também se negou a cumprir de forma integral os acordos firmados em Glasgow, optando por dá continuidade ao seu próprio projeto de desenvolvimento.
A China é de longe a maior potência econômica em expansão no mundo, e se torna praticamente inatingível os objetivos de qualquer acordo mundial, sobretudo na área do meio ambiente, que não conte com a participação do dragão asiático. A Rússia por sua vez se mantém ao lado dos EUA como uma das grandes superpotências bélicas da Terra, com pelo menos uma década de vantagem tecnológica em relação aos seus principais rivais, o que tem tirado o “sono” dos EUA, pois o país comandado por Vladmir Putin impediu que o antigo inimigo da Guerra Fria pudesse invadir o Irã, a Síria e a Venezuela, o governo desses países conta com forte apoio do kremlin.
Já a Índia, que nos próximos anos se tornará o país mais populoso da Terra, se apresenta como uma liderança mundial na área da indústria farmacêutica, cinematográfica, aeroespacial, entre outras. Para se ter uma ideia, de cada 10 medicamentos fabricados no planeta, 6 acabam saindo da Índia. Os Tigres (Hong Kong, Singapura, Coreia do Sul e Taiwan.) que são uma realidade há pelo menos três décadas, acabaram influenciando outros países do continente, como Malásia, Vietnã e Indonésia (Novos Tigres), que pautam seu destaque no cenário mundial a partir da produção e exportação de bens de consumo industrializados, principalmente com os aparelhos ligados a tecnologia da comunicação.
Refletindo diante do velho ditado de guerra que diz: “O poder não admite vácuo!” As novas potências mundiais para o bem da própria Terra, terão que aprender a compartilhar a centralidade do poder mundial, pois a própria configuração geopolítica permite identificar que o mundo já vive um período de vários centros de poder, onde os países centrais dominam a seu modo diferentes áreas (econômica, bélica, industrial, robótica, etc.) margeados por nações periféricas, sem projeto próprio de desenvolvimento e estagnadas economicamente.
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Professor Jorman Santos:
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