Ex-aliado do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), o general da reserva Paulo Chagas criticou a decisão do chefe do Executivo, que transferiu o desfile de 07 de Setembro no Rio de Janeiro do Centro para a praia de Copacabana.
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Do domingo (31), ao anunciar a mudança, Bolsonaro afirmou que o desfile do próximo mês terá a participação da polícia. Nesta terça-feira (02), em entrevista ao portal “UOL”, Paulo Chagas afirmou que a decisão de Bolsonaro visa envolver tanto as Forças Armadas quanto à polícia no processo eleitoral.
“Com certeza é uma tentativa de envolver as Forças Armadas e policiais no processo eleitoral, o que, na minha opinião, é totalmente fora de propósito”, começou o general. “Eu não gostaria de ser testemunha deste absurdo e não acredito que os militares próximos ao presidente bem como o almirantado e os Altos Comandos apoiem esta infantilidade”, completou.
Ainda durante a entrevista, o general afirmou que a reação das Forças Armadas e da polícia deve ser clara no sentido de que a ordem não pode ser cumprida. “Eles podem dizer ao presidente que essa é uma ordem errada e que ordem errada não se cumpre”, disse ele.
De acordo com Chagas, a troca do local do desfile poderia sim ser classificada de “ordem errada”. Isso, afirma ele, devido à “oportunidade” e também por conta da “intenção por trás da determinação de Bolsonaro”. Segundo ele, o chefe do Executivo está usando as forças militares de forma política e eleitoreira.
“Isso é errado! É uma forma de depreciar o prestígio das Forças Armadas”, afirmou o general, completando que pensa que a intenção do presidente é associar a imagem das Forças Armadas “ao golpismo”. “É isso que chamo de ‘intenção por trás da ordem'”, disse.
Por fim, Paulo Chagas, apesar de ter se classificado como um “antipestista”, se disse contrário ao uso político das Forças Armadas. “Embora eu seja visceralmente antipetista, sou absolutamente contrário ao uso político do cargo de comandante das Forças Armadas por quem quer que seja”, completou o general.
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