Informações divulgadas pelo canal “CNN Brasil” revelam que a semana em Brasília começa com a expectativa alta em relação ao início dos trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que terá como foco investigar os atos criminosos de 08 de janeiro, data em que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes – Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF).
Conforme o canal, de um lado, o Palácio do Planalto está fazendo as contas que visam garantir a maioria entre os integrantes da comissão e escolhe a dedo cada um dos possíveis indicados ao colegiado. Já do outro, a oposição está atuando com o foco em emplacar uma narrativa que seja capaz de provar que houve falhas e até mesmo a conivência por parte do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na atuação contra os participantes dos atos sem precedentes no Brasil.
De acordo com o canal, a ideia do governo Lula é “encher” a CPMI de parlamentares experientes, que não tendem a escorregar em “cascas de bananas atiradas pela oposição”. Outra preocupação da base de Lula é focar em comandar a narrativa, não somente durante as sessões do colegiado, mas, principalmente, nas redes sociais.
Nesse sentido, devem compor a CPMI, pelo lado do governo, os senadores: Renan Calheiros (MDB); Elizianne Gama (PSD); Randofe Rodrigues (Rede) e Omar Aziz (PSD-AM). Já dentro os deputados, a administração de Lula deverá ter como representante a deputada Duda Salabert (PDT), André Janones (Avante) e o Pastor Henrique Vieira (PSOL).
Já pelo lado da oposição, a promessa é indicar nomes relacionados com Bolsonaro, como os senadores Damares Alves (Republicanos), Rogério Marinho (PL), Magno Malta (PL) e Marcos do Val (Podemos) e o deputado André Fernandes (PL), que foi o autor do pedido para a instalação da CPMI e hoje vem sendo investigado pelo STF por incentivar os atos de 08 de janeiro– Eduardo Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente, também deve ser indicado.
Presidência e relatoria da CPMI
Hoje, tanto o PT quanto o PL disputam a presidência da CPMI. No entanto, a tendência é que o cargo fique com um parlamentar com um posicionamento considerado mais ao Centro. Recentemente, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), indicou o nome do deputado André Fufuca (PP), líder do PP e seu aliado. Todavia, o parlamentar relatou que não pretende brigar por uma vaga na comissão.
Por conta disso, agora, o nome mais provável é o de Arthur Maia (União Brasil). Isso, mesmo ele enfrentando uma certa resistência no Planalto, visto que é, na Bahia, oposição ao PT. Já a relatoria do colegiado deverá ficar com o senador Eduardo Braga (MDB).
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