O Brasil123 noticiou ainda hoje que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) recebeu uma visita ilustre nesta terça-feira (10) no Palácio do Planalto, em Brasília. Por lá, a Marinha, acompanhada de blindados e outros veículos militares, foi ao encontro do chefe do Executivo para lhe entregar um convite.
De acordo com a Marinha, o convite em questão é para que o presidente compareça a um treinamento de militares das três forças, que será feito em Formosa, Goiás, no próximo dia 16.
Os veículos das forças armadas saíram do Rio de Janeiro e chegaram em Brasília no mesmo dia em que a Câmara dos Deputados discute a proposta do voto impresso, medida defendida por Bolsonaro, que já chegou a ameaçar a realização das eleições de 2022 caso a medida não fosse adotada.
Todavia, o próprio presidente baixou o tom nos últimos dias, afirmando que respeitará o resultado da votação na Câmara, que deve mesmo sacramentar a derrota do projeto, visto que a maioria dos partidos na Casa já sinalizou que vai votar contra a medida.
Na visão de alguns deputados e senadores, o ato deve ser classificado como tentativa de intimidação. Por conta disso, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) anunciou que ele, juntamente com a deputada Tabata Amaral (sem partido-SP), entrou com uma ação na Justiça contra a exibição militar.
Oposição critica o desfile militar
Não apenas deputados e senadores criticaram individualmente o desfile; a crítica também partiu de 9 partidos de oposição: PSB, PCdoB, PDT, PT, REDE, PSOL, PSTU, Solidariedade e Unidade Popular. Todos eles assinaram uma nota conjunta em repúdio ao ato, classificado por eles como “clara tentativa de constrangimento ao Congresso Nacional”.
Além disso, os partidos também opinaram que é “inaceitável que as Forças Armadas permitam que sua imagem seja exposta desta maneira, usada para sugerir o uso de força em apoio à proposta antidemocrática e de caráter golpista”; a oposição não ignorou o fato de que o desfile ocorreu no mesmo dia em que haveria a votação da PEC do voto impresso.
Ainda na nota oficial, os partidos de oposição criticaram o desfile militar que ignora a marca de mais de 600 mil mortos por Covid-19 no Brasil, e lembraram que, no meio de uma pandemia, “não tem sentido expor pessoas, inclusive os militares, promover aglomeração e gastar recursos públicos com tal atividade. (…) O Brasil ainda está em guerra contra o coronavírus, embate agravado pela variante Delta, pelo desemprego e pela fome, o que exige de toda a sociedade compromisso com a defesa dos verdadeiros interesses dos brasileiros. O povo não quer ver desfile de tanques de guerra, quer vacina no braço, respeito à democracia e instituições e governantes que trabalhem para gerar empregos e para acabar com a fome no país”.
Rodrigo Maia, Luciano Huck e João Doria forão algumas figuras públicas que usaram o Twitter para opinar sobre o desfile; no caso específico destes, o posicionamento também foi contrário do desfile militar.