O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) preocupou todo o país no final do ano passado. Em 26 de agosto, o órgão alertou que o Brasil não seria capaz de gerar energia elétrica suficiente para atender à demanda da população a partir de outubro.
A razão para o alerta era a situação crítica dos reservatórios do Sudeste e do Centro-Oeste, responsáveis pela geração de 70% da energia do país. A capacidade de armazenamento dos reservatórios estava em 23%, e, segundo estimativas do ONS, deveria cair para 10% em novembro.
No entanto, nesta sexta-feira (10), o ONS elevou suas projeções para as chuvas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No primeiro caso, o órgão passou a projetar chuvas em 76% da média histórica para hidrelétricas em setembro. A saber, a última estimativa, na semana anterior, era de 54%.
Já para Sudeste/Centro-Oeste, a elevação das precipitações foi mais tímida, de 56% para 59% da média histórica. Aliás, o Brasil enfrenta a maior crise hídrica na região das hidrelétricas dos últimos 91 anos. Por isso que o ONS vem analisando de perto todas as possibilidades de chuva nestas regiões.
Em resumo, as hidrelétricas respondem por quase 70% da geração de energia elétrica do país. Isso quer dizer que, quanto menor a produção das hidrelétricas, menor a capacidade que o país tem para atender à demanda interna. Isso fez o Brasil acionar termelétricas, que são mais caras, e o aumento já foi repassado para o consumidor, que precisa pagar cada vez mais caro para ter energia em casa.
Veja as projeções do ONS para Norte e Nordeste
O ONS também revelou suas projeções para o Norte e o Nordeste do Brasil. Em suma, as estimativas passaram de 74% para 77% da média histórica de chuvas na região das hidrelétricas no Norte. Já em relação ao Nordeste, a projeção se manteve estável em 46%.
Vale ressaltar que o governo federal divulgou uma nota na última quinta-feira (9) reafirmando a visão de cenário de atenção para a geração de energia pelas hidrelétricas. Embora o ONS tenha elevado suas projeções para a maioria das regiões do país, a estimativa ainda é de poucas chuvas relevantes para os últimos meses de 2021.
Por fim, o governo ainda aprovou a adoção de procedimento competitivo simplificado para facilitar a contratação de Reserva de Capacidade nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Sul. A saber, o suprimento de que tratam esses procedimentos se refere ao período entre 2022 e 2025.
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