A nova versão do coronavírus está se espalhando rapidamente pelo país africano: em menos de duas semanas, houveram indicativos de que ela caminhava para se tornar dominante, após uma onda bem forte causada pela variante Delta por lá.
Por enquanto, os principais grupos que realizam a vigilância do coronavírus no Brasil não detectaram episódios da doença relacionados a essa nova versão do patógeno por aqui. Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que tampouco identificou casos no Brasil e que está em constante vigilância quanto a isso.
Após alertarem instituições como a Organização Mundial da Saúde (OMS), os especialistas trabalham agora para entender de fato o quanto a nova variante é mais transmissível, mais agressiva ou se pode superar parcialmente o efeito protetor das vacinas disponíveis.
O que já se sabe sobre a ômicron
Chama a atenção a rapidez com que essa variante foi detectada: a descoberta aconteceu em 24 de novembro e, um dia depois, o sistema de vigilância da África do Sul já havia emitido um alerta para as autoridades internacionais.
As primeiras análises revelaram que a ômicron apresenta cerca de 30 mutações na proteína Spike, a estrutura que fica na superfície do vírus e é responsável por se conectar às células e dar início à infecção.
Vale ressaltar que as medidas de proteção, como o uso de máscaras bem vedadas no rosto, o distanciamento social, o cuidado com aglomerações e a vacinação, continuam essenciais para proteger contra a covid-19 causada por esta e as demais variantes.
Controle das fronteiras
A Rede Corona-Ômica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), avaliou que o primeiro passo para diminuir o risco da ômicron no Brasil é aprimorar o controle das fronteiras. Segundo o órgão, o que necessário a ser feito é um rastreamento adequado dos indivíduos que entram no Brasil. Portanto, de acordo com a Rede, o ideal é que todos os passageiros passem por testes antes de adentrarem no país.
Na visão dos especialistas, o que deveria acontecer na prática é a realização de testes RT-PCR em todos os passageiros que chegassem ao país. Eles deveriam ficar em quarentena no próprio aeroporto até o resultado estar disponível. O resultado fica pronto em até dois dias.
Se o laudo for negativo, o que significa que o indivíduo não está infectado, ele ficaria livre para ingressar efetivamente no Brasil. Caso contrário, é preciso manter o paciente em isolamento, com acompanhamento médico se necessário.
Essa medida evitaria a entrada livre de pessoas com a ômicron, que podem espalhar essa nova versão do vírus para contatos próximos e criar cadeias de transmissão internas.
Além de continuar os meios de vigilância interna, o Brasil precisa tomar medidas farmacológicas como, por exemplo, distanciamento social, etiqueta respiratória e de higienização das mãos, uso constante de máscaras e constante limpeza dos ambientes. O isolamento dos suspeitos que chegarem o país deve ser feito com orientações médicas.