A partir de 1º de janeiro de 2023, o salário mínimo passará dos atuais R$ 1.212,00 para R$ 1.302,00. O presidente Jair Bolsonaro revisou nesta terça-feira, dia 12 de dezembro, a Medida Provisória já publicada, atualizou o valor monetário e publicou a versão revisada em edição ampliada do Diário Oficial da União. Por isso que hoje, indicaremos o que muda no poder de compra com o novo salário de R$ 1.302,00.
De que forma ocorreu a edição da Medida Provisória sobre o salário mínimo?
Esse número não mudou em relação ao incluído na proposta de orçamento de 2023 que o presidente enviou ao Congresso no final de agosto. Na época, o Ministério da Economia esperava que a inflação para o ano totalizasse 7,41%. Nenhum ganho real teria sido possível nessas condições. Mas a Secretaria Geral da Presidência da República explicou em nota que o valor inclui uma variação da inflação de 5,81%, além de ganhos reais em torno de 1,5%.
Qual a proposta para o salário mínimo do governo petista para 2023?
Logo após perder a eleição para Luiz Inácio Lula da Silva, Jair Bolsonaro parou de falar em aumentar o salário mínimo para R$ 1.400,00, o que havia prometido cumprir nos últimos dias de campanha.
Por outro lado, o senador eleito Wellington Dias afirma que o novo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai propor o valor de R$ 1.320,00. Esse número é 1,4% superior à meta de Bolsonaro.
O que muda no poder de compra do trabalhador?
Trabalhadores, cálculos de benefícios previdenciários e desemprego, INSS em atraso e complementos salariais de PIS/PASEP serão afetados pelo novo valor do salário mínimo para 2023. O economista João Rogério Filho, diz que é crucial notar que a mudança ocorreu como resultado de perdas inflacionárias passadas.
João Rogério Filho observa que, mesmo com o reajuste do salário mínimo, a grande maioria da população brasileira poderá comprar menos alimentos em janeiro de 2023 do que em janeiro de 2022 devido à inflação.
Mesmo com um aumento declarado de 1,5% em termos reais, o reajuste anunciado não restaura o poder de compra dos alimentos. Pois o custo dos alimentos aumentou muito mais rapidamente nos últimos 12 meses do que o reajuste anunciado.
Conclui-se que o reajuste não é justo com os segmentos menos favorecidos da população.
Na prática, espera-se que esse ajuste permita que os consumidores comprem aproximadamente a mesma quantidade de bens que compravam em janeiro de 2022. Porém, é verdade que os itens mais importantes das cestas de consumo das classes menos favorecidas sofreram aumentos de preços, acima do reajuste anunciado.
Desta forma, acredita-se que o poder de compra, seja em R$ 1302,00 ou em R$ 1.320,00, não contribuirá para aumentar o poder de compra dos alimentos, principalmente.
O custo dos alimentos no ano de 2022, sofreram muita variação. Além de que a inflação também sofre efeitos por outros fatores como a subida dos valores dos combustíveis.
Sendo assim, para o trabalhador de baixa renda, a alimentação é fundamental, e mesmo assim, o aumento do salário-mínimo não irá aumentar o poder de compra do trabalhador.