A política brasileira nunca deixa os leitores do Brasil123 entediados. Como uma boa novela latino-americana, há reviravoltas, vilões e heróis, lágrimas de tristeza e risos. Desse modo, a temporada deste ano é especialmente emocionante à medida que a eleição presidencial se aproxima.
O capítulo principal dessa dramaturgia já tem data marcada, sendo o primeiro turno da votação, que vai ocorrer no início de outubro, protagonizado pelo atual presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva.
Eleição presidencial: Lula vs Bolsonaro
Luis Inácio Lula da Silva
A notícia do retorno de Luis Inácio Lula da Silva à política foi uma verdadeira bomba para seus opositores. Em abril de 2021, o STF revogou uma série de condenações por corrupção que excluíram o ex-presidente de esquerda na eleição presidencial de 2018, afirmando que juízes tendenciosos minaram o direito do ex-presidente a um julgamento justo.
Como resultado, Lula irá lançar oficialmente sua campanha em 7 de maio, prometendo trazer o Brasil de volta aos bons velhos tempos de sua presidência (2003-2010), que terminou com 83% de aprovação. Para que isso aconteça, a economia que atualmente se encontra em dificuldade terá que ser revitalizada, bem como, curar um país marcado pelo segundo maior número de mortes por COVID-19 do mundo.
Apesar de as pesquisas mostrarem Lula como favorito para a próxima eleição presidencial, o ex-presidente terá uma batalha ainda maior se quiser vencer essa eleição. O político enfrentará dois dilemas, escolhendo deve apelar para uma base de eleitores mais pobre, prometendo mais justiça social e renda mais alta, enquanto deve atrair mais apoio das classes média e baixa com uma mensagem mais suavizada.
Jair Messias Bolsonaro
De outro lado temos Bolsonaro, o líder de extrema-direita que promete abrir espaço para maiores gastos com infraestrutura, alterando as regras de teto de gastos do país após a eleição presidencial de outubro. Bolsonaro é uma das figuras mais marcantes no cenário político brasileiro, onde apesar de ser eleito por um sistema de votação eletrônica, o presidente afirma há três anos e meio que tem fortes dúvidas sobre a segurança do sistema.
Além disso, ele é defensor de um projeto de lei fracassado que reverteria para votação em papel, fazendo inúmeras alegações de adulteração de cédulas eletrônicas, nenhuma das quais foi comprovada. Em sua trajetória econômica, a continuidade de uma agenda fiscal rígida não faltou na agenda do presidente, que se tornou mais flexível em parte por causa da pandemia e das ações do Congresso para garantir o financiamento emergencial da saúde.
Bolsonaro também não se saiu muito bem com os trabalhadores brasileiros, alimentando a insegurança no emprego e aprofundando as proteções para pessoas que enfrentaram crises de saúde e socioeconômicas. As autorizações de cortes salariais e suspensões de contratos fizeram parte do roteiro.
Cenário futuro da eleição presidencial
Até o momento, os candidatos da terceira via têm lutado para se destacar nas pesquisas. E embora Lula e Bolsonaro estejam polarizando, apenas cerca de 12% dos eleitores dizem que se recusariam a votar em qualquer um para a próxima eleição presidencial. Em suma, as duas principais forças que conduzirão esta eleição são os anti-Bolsonaro e os anti-PT, onde essas pessoas vão votar em quem parecer capaz de derrotar o candidato de que não gostam.