Durante seu discurso de vitória, realizado em 30 de outubro, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, mais conhecido como Lula, comentou sobre as prioridades de seu futuro governo. Entre os pontos destacados, Lula mencionou seu desejo de restaurar a credibilidade, previsibilidade e estabilidade do país em relação ao resto do mundo. É importante ressaltar que a política externa, por diversas vezes, se mostrou fraca e insegura durante o governo de Jair Bolsonaro.
Retrospectiva da política externa durante o governo de Bolsonaro
Sob o comando de Jair Bolsonaro, o Brasil recuou em relação à política externa. As amizades estrangeiras do presidente limitavam-se a Donald Trump, Israel e os regimes populistas nacionais da Hungria e da Polônia, embora também tenha visitado Vladimir Putin pouco antes de a Rússia invadir a Ucrânia. Além disso, seu primeiro-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, ecoou os palavrões de Trump sobre a China, principal parceiro comercial do Brasil. Isso levou o Senado a forçá-lo a sair do cargo.
Por fim, o ataque violento de Bolsonaro à floresta amazônica em nome do desenvolvimento e da soberania prejudicou a reputação do Brasil como cidadão global responsável.
O que esperar da política externa de Lula?
“Nas minhas viagens internacionais, e nos contatos que tenho mantido com líderes de diversos países, o que mais escuto é que o mundo sente saudade do Brasil. Saudade daquele Brasil soberano, que falava de igual para igual com os países mais ricos e poderosos. E que ao mesmo tempo contribuía para o desenvolvimento dos países mais pobres”, disse ainda Lula em seu primeiro discurso após a vitória nas eleições.
No entanto, a partir de 2023, Lula não seguirá mais a política externa como antes. Atualmente, a realidade do mundo é completamente diferente, com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, o impacto da pandemia no orçamento global, a reincorporação da China na ilha de Taiwan e os ataques indiretos aos Estados Unidos. É claro que as relações com o resto do mundo devem libertar o Brasil do isolamento internacional, mas, dado o atual ambiente político e econômico, é improvável que o Brasil construa uma ordem multipolar, ou seja, com vários polos de poder, onde o Brasil se tornará um player global relevante.
Fortalecimento da política externa
É de se esperar que o fortalecimento da política externa de Lula seja mais representativo com os países da América latina, como Argentina, Venezuela, Chile e Peru. A prova disso está no texto publicado perante o movimento petista, baseado na defesa da integração da América do Sul, América Latina e Caribe para manter a segurança regional, promover o desenvolvimento da integração regional, fortalecer o Mercosul, Unasul, Celac e BRICS.