O presidente eleito, Lula, anunciou que Fernando Haddad (PT) ocupará a liderança do Ministério da Fazenda, atual Ministério da Economia, nos próximos 4 anos. O nome, contudo, não agrada à parte do empresariado e do mercado financeiro. Isso porque o nome não tem uma boa reputação econômica, além de não ser um economista consagrado no mercado financeiro.
Apesar disso, Haddad diz que seu histórico é bom, principalmente pelo fato de, segundo ele, ter salvado as finanças públicas de São Paulo, quando foi prefeito da cidade. Por isso, especialistas discutem o que deve ser esperado do novo líder da economia brasileira nos próximos 4 anos.
O que Haddad vai enfrentar na economia brasileira?
Economistas apontam para diversos desafios para os próximos anos de governo. Durante a liderança de Haddad na economia, o petista precisará enfrentar o baixo crescimento do PIB, a incerteza no mercado internacional e o controle da inflação, que não pode voltar a subir. Por outro lado, o governo quer incentivar a transferência de renda no país.
Depois de crescer 5% em 2021, recuperando a queda de 3,3% em 2020, o PIB brasileiro deve crescer algo em torno de 3,05% em 2022. Para 2023, a expectativa é de estagnação na economia, com leve alta de 0,75%. Por isso, o principal desafio de Haddad é fazer a economia crescer. Para isso, é preciso atrair investimentos externos, criar empregos e gerar mais produção no Brasil. Contudo, o cenário contrasta com uma economia internacional incerta, quando os empresários de outros países evitam investir no Brasil e nas demais economias emergentes.
Outro desafio é criar uma nova âncora fiscal, que é uma medida que controla os gastos do governo. Isso porque o governo eleito não concorda com o Teto de Gastos, inclusive Haddad. Apesar disso, trocar esse projeto pode gerar um grande atrito com o mundo, fazendo com que o país não cresça novamente. Além disso, Haddad precisará enfrentar uma inflação controlada, mas acima da meta, contra a necessidade de gerar empregos e aumentar os benefícios sociais.
O que disse o petista?
Em rápida entrevista, após deixar as discussões com a equipe de transição, Haddad elencou suas principais metas durante a ocupação do cargo de ministro da Fazenda. Para o petista, a reforma tributária, o acordo com a União Europeia e a nova âncora fiscal são suas prioridades nos próximos 4 anos. Apesar disso, ainda não se sabe como ele fará isso.
Haddad defende que os mais pobres paguem menos impostos e comumente flerta com a possibilidade de taxar grandes fortunas e outras medidas muito impopulares no mercado financeiro. Apesar disso, todos os economistas brasileiros acreditam que mudar a tributação é algo necessário para gerar crescimento na economia e diminuir a desigualdade.
Por outro lado, o acordo com a União Europeia, que tem negociações há mais de 20 anos, permitirá que o país se abra para as maiores economias do mundo, podendo importar com menos impostos e exportar mais produtos de sua matriz econômica. Sobre o assunto, Haddad defende o projeto como forma de gerar crescimento nos próximos 15 anos. Segundo especialistas, o projeto também marca o fim do isolamento do Mercosul.
Por último, a âncora fiscal defendida por Haddad é desconhecida, mas o governo de transição estuda diferentes possibilidades, que devem ser anunciadas até a metade de 2023.